14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoA síndrome de Guillain-Barré (SGB) é uma polirradiculoneuropatia desmielinizante aguda idiopática, normalmente precedida por alguma infecção ou estimulação imune, frequentemente associada, em estudos, com a vacinação contra Influenza, apresentando diferentes formas de evolução e complicações.
ObjetivoObjetivamos relatar um caso de Síndrome de Guillain-Barré procedido à vacinação contra Influenza e subsequentes complicações hospitalares.
MétodoAnálise de prontuário, descrevendo os sinais e sintomas apresentados, evolução, exames complementares, métodos diagnósticos, tratamento prescrito e intervenções terapêuticas aplicadas.
ResultadosPaciente de 1 ano e 5 meses, sexo masculino, admitido com quadro de paresia de MMII, histórico de imunização contra Influenza (trivalente) 10 dias antes do início dos sintomas apresentados. Diagnóstico de SGB firmado baseado nos dados clínicos e por análise do líquor, que apresentava aumento de proteínas totais e albumina, com celularidade de 5 células/mm³. Foi indicada e realizada terapia por imunoglobulina intravenosa, por 5 dias, e pulsoterapia (Prednisona), manifestando melhora progressiva do quadro de déficit neurológico. Após 7 dias, apresentou o primeiro pico febril, aferido em 38,3°C, associado a desconforto respiratório incessante por 6 dias, sendo transferido para o HGP em Palmas, TO. Ao ser admitido, foi diagnosticado com pneumonia bacteriana a radiografia de tórax, que demonstrou focos de consolidação alveolar, concentrados em ápice e terço médio de HTE. Aos exames laboratoriais, Hb: 9,1 g/dL, Ht: 27,1%, Leu: 12.800, Plaquetas: 218.000, DHL: 1775 U/L, PCR: 29,13 mg/L, CR: 0,66 mg/dL, PCT > 50 ng/mL, Lactato 104,8 mg/dL. Ao exame físico apresentou palidez cutaneomucosa, aparelho pulmonar com MV diminuído em HTE, abdome globoso e distendido. Conduta definida para a pneumonia bacteriana com Cefepime (150 mg/kg/dia) e, devido à pulsoterapia prévia, a redução de 0,2mg da corticoterapia a cada 48 horas.
ConclusãoA SGB é uma doença até então idiopática e que pode apresentar diferentes etiologias, podendo ou não estar associada à vacinação precedente à sintomática, tendo em vista a falta de histórico de doença infecciosa prévia à neuropatia, havendo estudos que corroboram com tal hipótese. Ademais, a conduta adotada de pulsoterapia para manejo da SGB não apresenta benefícios ao prognóstico dos pacientes, visto que, no caso relatado, evoluiu com imunossupressão pela corticoterapia, contribuindo para uma infecção secundária, a pneumonia bacteriana.