14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoA doença de Paget mamária é um tipo raro de câncer de mama que afeta a pele e o mamilo. Representa 1 a 3% dos cânceres de mama femininos e aparece como uma afecção isolada em 1,4 a 13% dos casos. Está associada a um carcinoma glandular in situ ou invasivo em 90 a 100% dos casos. A idade média de início da doença é de 56 anos. Embora seja mais comumente associado ao câncer de mama não relacionado a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), também pode ocorrer em pessoas vivendo com HIV. A epidemiologia específica da doença de Paget mamária em pacientes com HIV é limitada devido a poucos dados na literatura dessa associação.
ObjetivoRelatar caso de doença de Paget Mamária em pessoa vivendo com HIV/AIDS (PVHA), diagnóstico recente sem uso de antiretroviral na Amazônia Ocidental.
MétodoRelato de caso.
ResultadosMulher 61 anos, com diagnóstico de HIV recente sem uso de TARV, apresentando perda ponderal de 30Kg em 6 meses, diarreia e astenia. Concomitante, surgiu lesão ulcerada em região mamária à direita com fundo rosado e extensão de 7 × 7cm, sendo iniciado investigação para doença neoplásica. Ao exame de Ultrassonografia: Mama direita com imagem nodular de contornos irregulares, localizado às 6h, medindo 3 × 1,5 × 2,1cm com Linfonodo atípico em região axilar, BI-RADS 4c. Realizada biópsia da lesão, evidenciando proliferação celular atípica localizada em junção dermo-epidérmica com moderado pleomorfismo nuclear com margens cirúrgicas de ressecção livres e Imuno-histoquímica com evidência compatível com Doença de Paget mamária.
ConclusãoA associação entre a doença de Paget mamária e o HIV não foi bem estabelecida devido poucos estudos na área. Contudo, pacientes com HIV devem seguir as recomendações de rastreio e cuidados de saúde para câncer de mama. Pois, PVHA apresentam maior probabilidade de desenvolver neoplasias em decorrência de seu estado inflamatório, desregulação de citocinas estimuladas pela infecção e estimulação antigênica crônica. Logo, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para melhor qualidade de vida e prognóstico desses pacientes.