14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoO itinerário terapêutico configura-se como uma importante estratégia para a compreensão das formas de cuidado em diferentes realidades vividas, portanto, entender as especificidades dos percursos terapêuticos de pessoas vivendo com HIV/aids em supressão viral sustentada pode contribuir com o fortalecimento e resolutividade de questões que ainda permeiam os serviços especializados de saúde.
ObjetivoApreender as representações sociais sobre o itinerário terapêutico de pessoas vivendo com HIV em supressão viral sustentada.
MétodoEstudo qualitativo, realizado em dois serviços especializados de saúde tendo como amostra 15 pessoas em tratamento para HIV/aids e que estão em supressão viral desde o início do tratamento antirretroviral. A coleta de dados ocorreu em 2022, a partir de entrevistas audiogravadas. Os dados foram analisados pela técnica do discurso do sujeito coletivo.
ResultadosOs discursos foram elaborados a partir de quatro categorias: 1) Sintomas após o diagnóstico e sentimentos emersos, versando sobre os indícios físicos da infecção pelo HIV, o medo da morte a partir do resultado positivo, a culpa e/ou dúvida de quem transmitiu o vírus, a negação da condição de saúde e o receio de revelar o diagnóstico à família; e 2) O despertar para a adesão ao tratamento, que enfatizou a busca por informações sobre a doença, o acolhimento/apoio da equipe multidisciplinar para o início da terapia antirretroviral, a decisão de ampliar o autocuidado e seguir o tratamento regularmente; 3) Fragilidades/ Dificuldades no tratamento, entre elas, os rótulos sociais negativos intrínsecos ao HIV, que dificultaram e potencializaram a discriminação desse público; e 4) As Perspectivas futuras da Pessoa que Vive com HIV/aids, que retratou a compreensão dos participantes em associar sua existência pessoal para além do tratamento da doença, almejando assim a qualidade de vida.
Conclusão: Observou-se que o momento da descoberta do diagnóstico ainda impacta os pacientes de maneira negativa, porém conforme há a busca por conhecimento sobre a doença e esclarecimento a respeito do seu tratamento contínuo, aliado ao acolhimento empático da rede de apoio dessas pessoas, o processo de aceitação e autocuidado é facilitado, o que contribui para uma qualidade de vida comparável a de uma pessoa que não possui HIV.