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Vol. 28. Issue S2.
14° Congresso Paulista de Infectologia
(October 2024)
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14° Congresso Paulista de Infectologia
(October 2024)
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EP-216 - ALTAS TAXAS DE BACTÉRIAS MULTIRRESISTENTES NAS INFECÇÕES RELACIONADAS ÀS FRATURAS: MUDANÇA DO CENÁRIO EPIDEMIOLÓGICO
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Daniel Litardi Pereira, Isabelle Brasil, Maria Augusta Moreira Rebouças, Patrícia Zaideman Charf, Laís Sales Seriacopi, Carolina Coelho Cunha, Thomas Stravinska Durigon, Carlos Augusto Finelli, Adriana Macedo Dell Aquila, Mauro José Costa Salles
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 28. Issue S2

14° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução

A incidência da infecção relacionada à fratura (IRF) pode variar de 0,4 a 32%, sendo ainda maior em fraturas expostas. Os principais patógenos descritos são os cocos Gram-positivo (CGP), em especial o S. aureus. Entretanto, estudos que avaliam informações epidemiológicas e microbiológicas nas IRF são escassos no Brasil.

Objetivo

Os objetivos deste trabalho são descrever a incidência de IRF e os dados clínico-microbiológicos em um serviço ortopédico.

Método

Estudo prospectivo com análise de dados coletados entre março de 2020 e março de 2023, unicêntrico, conduzido em serviço multidisciplinar de Ortopedia e Infectologia, o qual incluiu pacientes maiores de 18 anos com fraturas fechadas e expostas submetidos à fixação interna com implantes como tratamento cirúrgico definitivo.

Resultados

Do total de 462 pacientes incluídos, 71,6% foram do sexo masculino com média de idade de 47,6 anos (DP±20,8). As principais comorbidades foram Hipertensão Arterial Sistêmica (19,3%), tabagismo (19,3%) e etilismo (17,3%). As fraturas expostas foram 25,1% dos casos, sendo a classificação de Gustilo-Anderson do tipo 3-A a mais frequente (69,8%). A incidência global de IRF, em fraturas fechadas, e em fraturas expostas foi de 19,7%, 16,5%, e 29,3% respectivamente. A principal profilaxia cirúrgica foi uma cefalosporina de 1a ou 2a geração (84,6%) associada a um aminoglicosídeo (44,6%) ou isolada (43,1%). Os principais patógenos identificados foram S. aureus (22,1%), K. pneumoniae (11,6%), S. epidermidis (10,5%), demais Staphylococcus coagulase-negativo (10,5%), E. coli (6,3%), P. aeruginosa (5,3%), Streptococcus spp beta-hemolítico (4,2%), outros CGP (9,5%) e outros bacilos Gram-negativo (BGN) (20,0%). A resistência à meticilina foi identificada em 60% das cepas do gênero Staphylococcus e a multidroga resistência (MDR) foi identificada em 53,7% dos BGN.

Conclusão

A incidência de IRF global e em fraturas expostas foi elevada, assim como em fraturas fechadas nas quais menores valores são esperados visto o menor dano tecidual e a adoção sistemática da profilaxia antimicrobiana cirúrgica. A elevada frequência de BGN (43,2%) demonstrando perfil de MDR (53,7%) associada a uma alta resistência à meticilina do gênero Staphylococcus (60%) apontam para uma mudança no perfil epidemiológico de IRF e sugerem a revisão da profilaxia antimicrobiana em cirurgias ortopédicas com implantes no Brasil.

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