14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoAs infecções de pele e partes moles (IPPM) constituem uma das principais causas de internações por quadros infecciosos nas instituições de saúde. Seja por complicações do Diabetes mellitus, por trauma ou acidentes com animais peçonhentos as implicações no tempo de internação, uso de antimicrobianos, necessidade de abordagem cirúrgica e morbidade, impactam na qualidade de vida do paciente.
ObjetivoDescrever o perfil microbiológico dos pacientes internados no hospital universitário, por infecções de pele e partes moles, no ano de 2023.
MétodoEstudo transversal descritivo, onde foram analisados os resultados de culturas de secreção e amostras de tecidos de pele e parte moles/ossos, realizados no ano de 2023.
ResultadosForam analisadas 73 amostras nos pacientes internados, sendo 56% (41) de secreção da lesão,38% (28) fragmento de lesão, 4% (3) lavado de ferida e 1% (1) fragmento ósseo. As bactérias Gram-negativas corresponderam a 73% (53) das amostras, Gram-positivas 26% (19) e 1% (1) fungos. A Pseudomonas aeruginosa foi o principal agente identificado 22% (16), seguido do Acinetobacter baumannii 16% (12) e do Staphylococcus aureus 15% (11). As P. aeruginosa testadas demonstraram um perfil de suscetibilidade baixo para alguns antimicrobianos, dentre eles a piperacilina-tazobactam, cefepime e meropenem (8%, 27% e 25%, respectivamente). Todas as amostras de A. baumannii testadas eram resistentes ao meropenem. Os S. aureus sensíveis à meticilina (MSSA) corresponderam a 54,5% dos isolados e 45,5% eram S. aureus resistente à meticilina (MRSA).
ConclusãoTendo em visto que as infecções de pele e partes moles são causas comuns de internações hospitalares, faz-se necessário conhecer os agentes causadores para uma terapêutica antimicrobiana adequada. No presente trabalho observou-se um grande quantitativo de bactérias Gram-negativas com importante resistência aos carbapenêmicos, fato este que impacta no tratamento, pela restrição de opções terapêuticas, bem como nos cuidados e na prevenção da disseminação de germes multirresistentes no ambiente intra-hospitalar.