14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoA sífilis é uma infecção exclusiva do ser humano, tratável, de caráter sistêmico e crônico, causada pelo Treponema pallidum. O quadro clínico é diverso, podendo variar de uma única lesão ulcerada até o acometimento sistêmico e neurológico, sendo potencialmente fatal. Sua transmissão ocorre principalmente pelo contato sexual desprotegido e de forma vertical. Na gestação, a infecção pode provocar abortamento e malformações congênitas graves. No Brasil, em 2022, foram registrados 213.129 casos de sífilis adquirida, 83.034 em gestantes e 26.468 casos congênitos. Apesar de sua magnitude e transcendência, publicações acerca da doença em algumas regiões do país, como no Nordeste, ainda são escassas.
ObjetivoEstudar aspectos epidemiológicos da Sífilis adquirida, gestacional e congênita no estado de Sergipe nos últimos 5 anos (2019-2023).
MétodoTrata-se de um estudo observacional transversal, de caráter epidemiológico, a partir de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), vinculado ao DATASUS do Ministério da Saúde, sendo utilizados como filtro casos notificados no estado de Sergipe, no período de 2019 a 2023.
ResultadosNo período analisado (2019 a 2023), ainda não existem dados de 2024, foram notificados ao todo 12.286 casos de sífilis em Sergipe, sendo 6.028 (49%) casos de sífilis adquirida, 4.015 (32,7%) em gestantes e 2.243 (18,3%) sífilis congênita. Observou-se, entre 2019 e 2022, um aumento no número de casos da doença, cerca de 64,5%, corroborando com a tendência observada em publicações recentes. O número de casos de sífilis gestacional notificados entre 2019 e 2020 chegou a 3.832, a despeito de todo o empenho dedicado à triagem neonatal da doença. Já entre 2021 e 2023, houve uma predominância de casos de sífilis adquirida, totalizando 4.833 notificações, estando de acordo com a tendência nacional de aumento das infecções sexualmente transmissíveis (IST). No entanto, o ano de 2023 registrou uma redução expressiva no número de casos de sífilis, com queda de aproximadamente 50% das notificações da sífilis congênita e gestacional, e uma queda de mais de 60% de sífilis adquirida.
ConclusãoA notificação de casos de sífilis vem aumentando nas últimas décadas em todo o país e o estado de Sergipe não é exceção. No estado, observou-se um aumento do número de casos entre 2019 e 2022, porém, a partir de 2023 observou-se uma queda importante na notificação de todas as formas da doença.