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Vol. 28. Issue S2.
14° Congresso Paulista de Infectologia
(October 2024)
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EP-183 - IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA DE MICRORGANISMOS MULTIRRESISTENTES EM UM HOSPITAL TERCIÁRIO DE ENSINO
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Luciana de Oliveira Matias, Michelle Oliveira Max, Diego Cassola Pronunciato, Giovanna Magno Socci Bezerra, Diogo Boldim Ferreira, Sandra Gomes de Barros Houly, Thaysa Sobral Antonelli, Daniela Vieira da Silva Escudero, Eduardo A. Medeiros
Hospital São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 28. Issue S2

14° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução

A resistência microbiana é um grave problema de saúde pública e está associada ao aumento do tempo de internação, elevados custos e de mortalidade dos pacientes. O monitoramento de pacientes com microrganismos multirresistentes (MDR) está entre as medidas de controle de disseminação desses agentes na unidade de terapia intensiva (UTI).

Objetivo

Verificar a incidência de microrganismos MDR (casos novos isolados de MDR/paciente-dia) e identificar os sítios de colonização/infecção desses agentes.

Método

Estudo coorte prospectivo realizado em UTI adulto, de um hospital terciário de ensino, na cidade de São Paulo, no período de novembro/2023 a abril/2024. As culturas de vigilância ativa (CVA) foram coletadas até 48 horas da admissão do paciente na UTI e, semanalmente. O sítio de coleta foi o swab retal para detecção de Enterococcus resistentes à vancomicina e/ou bacilos Gram-negativos resistentes a carbapenêmicos e/ou à polimixina. O monitoramento dos resultados das culturas laboratoriais foi obtido como parte dos cuidados clínicos para detecção de infecção. Foram excluídos pacientes com culturas positivas para MDR antes da admissão na unidade ou até 48 horas da admissão e pacientes que permaneceram internados na unidade até 48 horas.

Resultados

Nos 6 meses do estudo, foram 320 admissões na UTI, sendo incluídos 213 (66,6%) pacientes para análise. Destes pacientes, 31 (14,55%) tiveram cultura positiva para MDR, sendo a taxa de positividade maior quanto maior o tempo de internação: 7,51% na primeira semana, 15,07% na segunda semana e 21,1% a partir da terceira semana de internação. A incidência de paciente com isolamento de MDR foi 13,1 /1000 pacientes-dia. Os MDR identificados foram: 21 (58,3%) Klebsiella pneumoniae, 6 (16,7%) Acinetobacter baumannii, 4 (11,1%) Enterococcus spp, 3 (8,3%) Pseudomonas aeruginosa, 1 (2,8%) Escherichia coli e 1 (2,8%) Enterobacter cloacae. Em relação aos sítios de colonização/infecção dos MDRs: 29 (78,4%) swabs retais, 5 (13,5%) infecções da corrente sanguínea, 2 (5,4%) pneumonias associadas à ventilação mecânica e 1 (2,7%) infecção urinária associada à sonda vesical de demora.

Conclusão

Dentre os MDR isolados prevaleceram Klebsiella pneumoniae e Acinetobacter baumannii, bactérias classificadas como prioridade crítica de resistência. A vigilância de MDR por meio da cultura de vigilância ativa possibilitou a instituição de medidas de isolamento precoce na unidade. Este estudo mostra a importância da vigilância microbiológica em unidades com alta incidência de MDR.

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