14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoOs estudantes universitários, a maioria jovens ingressantes, passam por adaptações frente à possibilidade de novas vivências relacionadas à sexualidade. A conjuntura pandêmica da COVID-19 trouxe redução ou interrupção nos serviços de saúde quanto à oferta de ações para prevenção, realização de testes diagnósticos, tratamento e distribuição de medicamentos para Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), incluindo o manejo das infecções por sífilis, aumentando a vulnerabilidade as IST do público supracitado.
ObjetivoEstimar a prevalência de sífilis entre universitários e fatores associados durante a pandemia da COVID-19.
MétodoEstudo transversal, com abordagem quantitativa, realizado com estudantes universitários de uma instituição pública de ensino superior do estado da Paraíba, Brasil, no período de março de 2021 a abril de 2022. Os dados foram coletados por meio de entrevista individual, utilizando questionário estruturado contendo dados sociodemográficos e de comportamento sexual. Foi ofertado teste rápido para Treponema pallidum conforme orientações do Ministério da Saúde. A análise dos dados foi realizada no programa estatístico Statistical Package for Social Sciences (SPSS), através de estatística descritiva e inferencial. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), sob parecer n° 4.309.767/2020.
ResultadosForam entrevistados 404 universitários, maioria do sexo feminino (57,9%), na faixa etária entre 18 e 24 anos (72,0%), de cor parda (43,1%), estado civil solteiro (87,1%), com religião (54,2%), renda mensal familiar igual ou menor a dois salários mínimos (59,7%), não moram na residência universitária (72,8%) e recebem benefícios de assistência estudantil (67,1%). A prevalência de Sífilis foi de 3,0% (IC 95%: 1,0-5,0). Mulheres tiveram chances reduzidas para testes reagentes (OR = 0,06; IC 95%: 0,08-0,48; p = 0,008). As chances foram aumentadas entre àqueles com início de atividade sexual precoce (OR = 4,09; IC95%:1,28-13,0; p = 0,017) e com multiplicidade de parceiros (OR = 4,00; IC 95%:1,06-15,0; p = 0,040).
ConclusãoA prevalência de testes reagentes para sífilis (3,0%) entre estudantes universitários foi semelhante ao encontrado em outros estudos, com menor prevalência entre as mulheres e maiores chances de testes reagentes naqueles que iniciaram a atividade sexual antes dos 15 anos de idade e que relataram mais de dois parceiros sexuais nos últimos 12 meses.