14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoA síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) é o estágio avançado da infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), que ataca e enfraquece o sistema imunológico. A doença é definida por uma contagem de células TCD4 inferior a 200 células/mm³. Inicialmente, a AIDS foi percebida como infecção que afetava jovens, no entanto, nos últimos anos, devido ao aumento dos casos e à percepção equivocada sobre a sexualidade na terceira idade, os idosos foram negligenciados em medidas de prevenção a transmissão do vírus. Como resultado, nas últimas décadas, um número crescente de casos de AIDS tem sido diagnosticado em indivíduos acima dos 60 anos.
ObjetivoDescrever a ocorrência de AIDS em idosos durante os anos de 2017 a 2023 nas diversas regiões do Brasil.
MétodoEstudo ecológico realizado a partir de dados do Painel de Epidemiologia e Morbidades, situados no DATASUS (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde). Foram coletadas informações sobre o número de notificações por região durante os anos de 2017 a 2023 em pessoas com mais de 60 anos. A análise estatística descritiva foi realizada no Microsoft Excel através do cálculo da diferença de frequência percentual por região de notificação.
ResultadosObservou-se um total de 15.623 notificações durante o período, sendo que mais de 58% dessas notificações foram em idosos do sexo masculino. A região Sudeste apresentou a maior taxa de notificação (17,5%), enquanto a região Norte obteve o menor número de diagnósticos no período (3,7%). Observou-se também a elevação nas notificações ano a ano, este aumento pode ser explicado pelo estigma associado à sexualidade na velhice, que dificulta o acesso à informação e o entendimento da necessidade de buscar ajuda, tornando os idosos mais vulneráveis. Além disso, um dos maiores desafios na gestão da AIDS em idosos é o diagnóstico tardio, pois os sintomas da infecção podem ser confundidos com os de doenças comuns na terceira idade, como hipertensão e doenças cardiovasculares, o que pode levar ao subdiagnóstico.
ConclusãoOs resultados indicam a necessidade de mais estudos para entender a vulnerabilidade desse grupo e desenvolver medidas de rastreio e prevenção, visando reduzir as taxas de infecção e garantir tratamento nos estágios iniciais da doença. É crucial que os profissionais de saúde reconheçam os sinais de infecção e promovam diagnósticos precoces, já que o manejo das comorbidades e a adaptação dos regimes de tratamento são essenciais para assegurar a qualidade de vida desses pacientes.