Ag. Financiadora: Estudo financiado pelos próprios autores
Nr. Processo: 2.250.945
Data: 19/10/2018 ‐ Sala: TV 1 ‐ Horário: 13:58‐14:03 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução: O estudo apresenta o perfil clínico-epidemiológico de 409 pacientes da Baixada Santista portadores de HIV/AIDS, assistidos na Santa Casa de Misericórdia de Santos, centro de referência para internação de pacientes soropositivos. Os municípios que compõe a Baixada Santista apresentam população estimada em 1,8 milhões de habitantes fixos e mais de 1 milhão de turistas por ano, sendo o polo estadual de mais alta prevalência de AIDS. Não foi encontrado qualquer publicação semelhante e pertinente da Baixada Santista.
Objetivo: Contribuir com o conhecimento da doença HIV/AIDS ao longo dos últimos anos, assim como permitir gerar desenhos de estratégias de intervenção, para a alocação apropriada de recursos e melhoria da assistência preventiva.
Metodologia: Estudo transversal, observacional, retrospectivo de 409 prontuários médicos de pacientes portadores de HIV/AIDS, internados no setor de Infectologia da Santa Casa de Misericórdia de Santos entre 2011 e 2016, com análise de variáveis clínicas e epidemiológicas.
Resultado: A maior parte das internações ocorreram em pacientes provenientes da cidade de Santos, com idades entre 31-50 anos, predominando o gênero masculino (razão masculino/feminino de 1,84/1), autodeclarados brancos. O tempo médio de internação foi de 51 dias. As principais manifestações secundárias foram neurológicas e pulmonares (neurotoxoplasmose e tuberculose, respectivamente). O diagnóstico da infecção pelo HIV ocorreu durante a internação em 101 pacientes (24,7%). Em relação ao tratamento, 39,6% dos pacientes não faziam uso da terapia antirretroviral ou faziam de forma irregular. Durante o período de hospitalização, a taxa de óbito foi de 19,1%, significativamente maior no sexo masculino.
Discussão/conclusão: O município de Santos apresenta o maior número de casos de HIV/AIDS da Baixada Santista, prevalecendo pacientes masculinos, caucasianos e com idades entre 31 e 50 anos. Quanto às causas de hospitalização, tuberculose pulmonar e neurotoxoplasmose foram as doenças secundárias mais prevalentes. Neste estudo, quase 40% dos pacientes não faziam uso da medicação ou eram não aderentes aos esquemas recomendados, constituindo óbice para desfecho favorável no tratamento do soropositivo. Finalmente, na busca retrospectiva encontrou-se falhas de informações nos registros, como ocorre em outros hospitais brasileiros, dificultando o levantamento de dados. Essa fato demonstra necessidade de ênfase no currículo médico para a importância da notificação correta e informações mais completas nos prontuários.