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Vol. 28. Issue S2.
14° Congresso Paulista de Infectologia
(October 2024)
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EP-154 - COINFECÇÃO DE HISTOPLASMOSE DISSEMINADA E LEISHMANIOSE VISCERAL EM PACIENTE HIV: RELATO DE CASO
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Andrei Pinheiro Moura, Argus Leão Araújo, Vinícius Santos Rodrigues, Diego Alcântara Santos, Isadora Hueb Barata de Oliveira, Pedro Henrique Emygdio
Hospital Eduardo de Menezes (HEM), Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (FHEMIG), Belo Horizonte, MG, Brasil
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Vol. 28. Issue S2

14° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução

Diversas são as causas para citopenias em pacientes com HIV em fase AIDS, sendo fundamental a definição etiológica correta para o estabelecimento da terapêutica.

Objetivo

Trata-se adiante o relato do caso de um paciente internado em hospital de referência em Minas Gerais com primodiagnóstico de HIV que apresentou duas infecções concomitantes como substrato para um quadro de bicitopenia.

Método

Descrição de caso que ocorreu no Hospital Eduardo de Menezes e revisão de literatura relativa ao caso.

Resultados

A.A.O., 28 anos, masculino, admitido com queixa de prostração, febre, perda ponderal, distensão abdominal e tosse produtiva, já em quarto mês de evolução do quadro. Na admissão, foi constatada hepatoesplenomegalia dolorosa com sinais de defesa, anemia e trombocitopenia graves, aumento de transaminases, enzimas canaliculares, bilirrubina direta, teste rápido para HIV reagente e teste rápido para Leishmaniose não reagente. Apresentava carga viral de 643.000 e CD4 de 44. À avaliação cirúrgica foi afastado abdome agudo cirúrgico após ultrassonografia abdominal apresentando hepatomegalia, moderada esplenomegalia com área hipoecogênica esplênica e linfonodos hilares hepáticos, pancreáticos e retroperitoneais. Foram evidenciados os mesmos achados à tomografia, além de pequeno derrame pleural bilateral em segmento torácico. Em exame de escarro, houve identificação de Histoplasma sp. No contexto de investigação da bicitopenia, o paciente foi submetido a aspirado de medula óssea (AMO), que evidenciou a presença de Histoplasma sp. e Leishmania sp. Diante dos novos resultados, foi tratado com Anfotericina B Lipossomal e apresentou melhora importante, evoluindo com alta após 14 dias de tratamento, com prescrição de terapia antirretroviral, Anfotericina B Lipossomal profilática e Itraconazol.

Conclusão

Devido à imunossupressão causada pelo HIV, a sensibilidade do teste rápido com antígeno rK39 para leishmaniose é reduzida de 93-98% para 46-81%, o que implica na redução de valor preditivo negativo do exame. Uma vez presentes no AMO, os amastigotas firmam o diagnóstico de leishmaniose visceral. Não se pode deixar de mencionar como diagnóstico diferencial, a forma leveduriforme do Histoplasma sp., na qual este se apresenta como levedura de tamanho semelhante aos amastigotas, porém sem o cinetoplasto. Em ambos, a Anfotericina B Lipossomal constitui o pilar terapêutico, progredindo para transição para itraconazol no caso da infecção fúngica ou empregando profilaxia secundária no caso da leishmaniose visceral.

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