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Vol. 22. Issue S1.
11° Congresso Paulista de Infectologia
Pages 107-108 (December 2018)
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11° Congresso Paulista de Infectologia
Pages 107-108 (December 2018)
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EP-143 MUCORMICOSE ÓSSEA PÓS‐TRAUMÁTICA, UMA DOENÇA EMERGENTE? RELATO DE CASO E REVISÃO DA LITERATURA
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Daniel Fernandes Duailibi, Amanda Aranda, Vladimir Cordeiro Carvalho, Priscila Rosalba Oliveira, João Nobrega Junior, Flavia Rossi, Ana Lucia Munhoz Lima
Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT), Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), São Paulo, SP, Brasil
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Data: 19/10/2018 ‐ Sala: TV 9 ‐ Horário: 10:30‐10:35 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)

Introdução: Os zigomicetos são fungos não septados, ubíquos, da ordem mucorales e incluem os gêneros Rhizopus, Mucor e Rhizomucor. O Rhizopus microsporus é a espécie de maior relevância clínica podendo ocasionar infeções ameaçadoras a vida em pacientes diabéticos e imunossuprimidos com neutropenia prolongada. Devido uma incidência crescente de infecções de pele e partes moles e osteomielite por estes fungos estes casos merecem especial atenção.

Objetivo: Relatar um caso raro de mucormicose óssea pós-traumática e apresentar uma revisão da literatura.

Metodologia: NAA, 56 anos, masculino, admitido devido atropelamento por automóvel com fratura exposta bilateral dos membros inferiores por prensamento das pernas entre anteparo fixo e ferragens. Antecedente mórbido de diabetes tipo 2 há 10 anos, etilista e tabagista, história prévia de fratura em tíbia esquerda há 10 anos. Foi realizada amputação transtibial esquerda devido à inviabilidade do membro, sendo identificada acidentalmente lesão óssea dentro do canal medular proximal da tíbia no intra-operatório. Lesão foi ressecada e o material submetido a anatomia patológica e culturas. O exame histológico revelou infarto ósseo com esclerose reacional, culturas de partes moles e de canal medular mostraram crescimento de Rhizopus sp confirmando o diagnóstico de mucormicose óssea.

Discussão/conclusão: A inoculação direta pós-traumática é a principal forma de aquisição nesses casos. O grande número de esporos no solo, a acidose tecidual local devido a não viabilidade dos tecidos associado à imunodepressão local explicam a patogenicidade do Rhizopus após o trauma. Nosso paciente era diabético, etilista e tinha história prévia de trauma no membro esquerdo, justificando a proliferação do fungo após inoculação. No entanto, o processo de esclerose óssea reacional e ausência de sintomas sistêmicos nos faz crer que a infecção já existia, mas sem manifestações clínicas. A mucormicose deve ser considerada um diagnóstico diferencial nas infecções pós-traumáticas mesmo nos pacientes imunocompetentes, principalmente naqueles pacientes que não evoluem de maneira satisfatória na vigência de antibióticoterapia adequada. O tratamento cirúrgico somado à anfotericina B lipossomal, associada ou não ao posaconazol, são as melhores alternativas terapêuticas nesses casos.

The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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