Data: 19/10/2018 ‐ Sala: TV 9 ‐ Horário: 10:37‐10:42 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução: O sarampo é uma doença aguda, de etiologia viral, altamente contagiosa, caracterizada por febre alta, tosse, coriza, conjuntivite e um enantema específico, seguido de erupção maculopapular generalizada. As importantes manifestações respiratórias distinguem o sarampo das outras doenças exantemáticas. É causado por um RNA‐vírus, membro da família Paramyxoviridae e pertencente ao gênero Morbillivirus.
Objetivo: Nos últimos anos, com a grande movimentação da população mundial ao redor do globo, a circulação do vírus do sarampo em várias regiões do mundo se acentua e põe em risco indivíduos susceptíveis que viviam em áreas anteriormente sem risco para a doença, expõe a baixa cobertura vacinal em várias regiões do mundo.
Metodologia/relato de caso: Mulher, 29 anos, pediatra, natural do Estado de São Paulo, procedente do Líbano, foi admitida na enfermaria de MI do HCFMRP com relato de febre havia cinco dias, com início ainda no Líbano, mialgia, odinofagia e tosse seca. Havia um dia evoluíra com quadro de exantema maculopapular, crânio‐caudal, preservou‐se MMII. Negou rinorreia ou conjuntivite. Referiu proceder de região com surto de sarampo, teve contato com uso de EPI com crianças doentes. Relato de imunização adequada, com três doses de tríplice viral. Em exames complementares, verificadas leucopenia e linfocitose relativa. Levantada a hipótese diagnóstica de sarampo. Feita notificação de caso com posterior confirmação através de positividade de PCR em secreção nasofaríngea e urina. O vírus isolado foi o de genótipo D8.
Discussão/conclusão: O sarampo é uma doença infecciosa grave, que pode evoluir com complicações e óbito. O Brasil recebeu certificado de eliminação da doença, porém desde janeiro de 2018, com os movimentos migratórios da população da Venezuela em direção aos estados de Roraima e Amazonas, onde a cobertura vacinal para o sarampo estava bem abaixo da recomendação (95%), novos casos importados da doença têm sido registrados. É fundamental, portanto, levar em consideração a epidemiologia do local de onde o paciente provém, além da manutenção do sistema de vigilância epidemiológica da doença, com o objetivo de detectar oportunamente todo caso de sarampo importado, bem como adotar todas as medidas de controle de surtos.