14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoInfecções por vírus respiratórios (VR) podem evoluir com complicações. Os vírus Influenza A e B causam epidemias no mundo, e resultam em até 500 mil óbitos/ano. É importante conhecer o comportamento dos VR e presença de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), para estabelecer programas de vigilância e evitar surtos, inclusive em ambiente hospitalar.
ObjetivoDescrever a epidemiologia de infecções por VR, exceto Covid-19, durante os anos de 2022 e 2023.
MétodoEstudo de coorte retrospectiva, realizado no Hospital Dasa Nove de Julho, de 2022 a 2023. Incluídos pacientes adultos e pediátricos que coletaram pesquisa de VR por teste rápido, painel molecular ou FilmArray, por swab nasal ou secreção traqueal, no Pronto-socorro (PS), Unidades de Internação (UI) ou Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Dados obtidos através do banco do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar. Variáveis avaliadas: idade, sexo e vírus identificado. Desfechos: positividade geral e para público adulto e pediátrico (PED) em PS, UI e UTI, e presença de SRAG.
ResultadosRealizados 23.999 testes em 22, e 23.515 em 23; 10.402 (22) e 12.699 (23) em pacientes adultos, e 13.597 (22) e 10.816 (23) em PED. Detectados 1.369 (7%) em 22 vs 995 (4%) em 23. Nos adultos, 546 (5%) em 22 vs 405 (3,2%) em 23, sendo 440/6.548 (7%) vs 293/7.649 (4%) no PS, 76/2.225 (3%) vs 73/2683 (3%) na UI e 30/1.629 (2%) vs 39/2367 (2%) na UTI. A maioria sexo feminino 277 (51%) em 22 vs 222 (59%) em 23; média de idade 40a em 22 vs 47 em 23; 39 (7%) vs 37 (9%) com SRAG. Os vírus mais detectados em adultos foram Influenza A não subtipada 453 (83%) vs 162 (40%) e Rhinovírus 21 (4%) vs 41 (10%), e 55 H1N1 (13%) em 2023. Na PED, houve 823 resultados positivos (6%) em 22 vs 405 (3%) em 23, sendo 326/4.851 (7%) vs 148/3.066 (5%) no PS, 295/5.218 (6%) vs 275/5.012 (6%) na UI e 202/3.528 (6%) vs 167/2738 (6%) na UTI; a maioria do sexo masculino 487 (59%) vs 296 (50%), média de idade 3a em ambos os anos; 243 casos (30%) vs 108 (18%) com SRAG. Os VR mais detectados na PED foram Influenza A não subtipada 272 (33%) vs 102 (17,3), Parecovírus 165 (20%) em 22; Rhinovírus 156 (26%) em 23 e Vírus sincicial respiratório 98 (12%) vs 95 (16%).
ConclusãoO estudo demonstrou predominância de Influenza A entre as infecções por VR durante ambos os anos, porém com ocorrência proporcionalmente maior de outros vírus na população PED, sendo o Rhinovírus o principal ofensor. Pacientes pediátricos apresentaram também maior chance de positividade em UTI e de desenvolvimento de SRAG.