14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoA Tuberculose (TB) Extrapulmonar tem sinais e sintomas dependentes dos órgãos e/ou sistemas acometidos. As principais formas diagnosticadas no Brasil são pleural, ganglionar periférica, meningoencefálica, miliar, laríngea, pericárdica, óssea, renal, ocular e peritoneal. Sua ocorrência aumenta em pessoas que vivem com HIV/aids (PVHA), especialmente entre aqueles com imunocomprometimento grave.
ObjetivoDescrever o perfil sociodemográfico, clínico-epidemiológico dos casos de tuberculose extrapulmonar em adultos de municípios de grande porte do estado do Paraná (PR).
MétodoEstudo epidemiológico com dados obtidos do Sistema de Informação de Agravos e Notificação (SINAN), do período de 2018 a 2023, fornecidos pela Secretaria de Saúde do PR. Foram analisados todos os casos pertencentes aos 11 municípios de grande porte do estado. Considera-se grande porte municípios com população acima de 100 mil habitantes. CAAE: 38855820.6.0000.5231.
ResultadosA partir da distribuição temporal foi possível identificar uma tendência decrescente dos casos, com percentual de 22,5% em 2021 a 5,3% em 2023. Foram registrados 8327 casos de TB, dentre estes, 11,5% foram TB extrapulmonar. Houve predominância de casos no sexo masculino 76,7%, 69,1% cor branca, 82,0% com idade entre 19 a 59 anos, com média de idade de 43,4 anos, 41,0% com 10 anos ou mais de estudo e 92,8% residentes em zona urbana. Quanto ao perfil epidemiológico, 82,4% eram casos novos, 10,3% transferência, 4,2% recidiva, 2,3% reingresso de abandono, 0,7% pós óbitos, 0,1% não referido, 40,3% forma clínica pleural, 14,4% ganglionar periférica, 9,8% miliar, 8,7% meningoencefálica, 20,0% eram Pessoas Vivendo com HIV/Aids (PVHA), 19,5% tabagistas e 13,4% etilistas. De acordo com o critério diagnóstico, 49,6% tiveram raio-x suspeito, 24,5% tiveram histopatológico sugestivo para TB e 8,1% BAAR positivo. No encerramento dos casos, 50,3% evoluíram para cura, 5,7% abandono e 3,2% vieram a óbito por TB.
ConclusãoO estudo revelou declínio dos casos de 2018 para 2023, predomínio do sexo masculino, cor branca, com 10 anos ou mais de escolaridade, residentes em áreas urbanas, casos novos, na forma pleural, presença de fatores associados como o tabaco, álcool e coinfecção por HIV. 49,6% tiveram raio-x suspeito e 50,3% evoluiram a cura.