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Vol. 28. Issue S2.
14° Congresso Paulista de Infectologia
(October 2024)
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EP-077 - DIAGNÓSTICO ERRÔNEO DE DENGUE EM CASOS DE TOXOPLASMOSE: UM PERIGO NA OFTALMOLOGIA?
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Luciana Peixoto Finamor, Leonardo Bruno Oliveira, Barbara Zanetti, Gabriel Andrade
Clínica de Olhos Dr. Moacir Cunha, São Paulo, SP, Brasil
Grupo Fleury, Brasil
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Vol. 28. Issue S2

14° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução

Os sintomas clínicos inespecíficos de diversas doenças infecciosas podem levar a diagnósticos errôneos, resultando em tratamentos inadequados e complicações graves. A dengue, uma doença viral transmitida por artrópodes, é uma das doenças mais prevalentes em humanos, causada por quatro sorotipos do vírus da dengue (DENV 1–4). A manifestação ocular da dengue, embora relativamente incomum, abrange uma ampla gama de sintomas, incluindo envolvimento conjuntival, uveíte anterior, uveíte intermediária, várias formas de uveíte posterior, maculopatia, neuropatia óptica e outras manifestações neuro-oftálmicas. A toxoplasmose é uma infecção causada pelo parasita intracelular Toxoplasma gondii. Pelo menos um terço da população mundial está infectada pelo parasita. Infecções oculares pelo parasita são comuns no Brasil, onde a prevalência da toxoplasmose varia de 10 a 90% da população adulta. Este estudo apresenta dois casos clínicos com diagnóstico inicial de dengue que evoluíram com complicações oculares graves associadas à toxoplasmose (não diagnosticada e não tratada na fase aguda da doença).

Objetivo

Relatar 2 casos de pacientes com diagnóstico inicial de dengue, que posteriormente apresentaram lesão ocular e diagnóstico de Toxoplasmose, e discutir a importância do diagnóstico diferencial precoce e da testagem adequada para evitar complicações oculares graves.

Método

Relato de Caso.

Resultados

Dois pacientes com sintomas clínicos iniciais sugestivos de dengue não foram testados para a doença e, após dois meses e meio, apresentaram sintomas oculares e baixa acuidade visual. Exames oftalmológicos revelaram lesões de retinocoroidite na mácula, e testes sorológicos confirmaram a presença de IgM e IgG positivos para toxoplasmose. Sorologia para dengue foi negativa. Apesar de terapia específica para toxoplasmose durante 45 dias, ambos os casos evoluíram com cicatriz macular permanente e prejuiso de visão irreversível.

Conclusão

Os casos apresentados destacam a importância do diagnóstico diferencial e da testagem adequada em pacientes com sintomas inespecíficos que podem ser confundidos com dengue. A identificação precoce e o tratamento oportuno da toxoplasmose são essenciais para prevenir complicações oculares graves e a perda permanente da visão. É crucial considerar a possibilidade de toxoplasmose em pacientes com sintomas sistêmicos semelhantes aos da dengue, especialmente em regiões endêmicas para ambas as doenças.

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