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Vol. 28. Issue S2.
14° Congresso Paulista de Infectologia
(October 2024)
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EP-076 - MENINGITE POR COCCIDIOIDES SPP. REFRATÁRIA À TERAPIA COM FLUCONAZOL: UM RELATO DE CASO
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Leonardo Torioni, Flavia Carolina Soares Bonato, Carolline Siqueira Lembo, Yago Caetano Almeida, Beatriz Pascuotte, Émily Ane Araujo Santana, Ferdinando Lima de Menezes, Jordan Monteiro Pinheiro, William Dunke de Lima, Joao Antonio Gonçalves Garreta Prats
BP - A beneficência Portuguesa de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 28. Issue S2

14° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução

A coccidioidomicose é uma doença que ocorre em locais de clima seco, causada pelos fungos C. immitis e C. posadasii, este sendo predominante nos estados do nordeste brasileiro, como Maranhão, Ceará e Piauí, e aquele predominante nos Estados Unidos, nos estados da Califórnia e do Arizona. A exposição ao solo contaminado é o principal fator de risco para a doença. O pulmão é o órgão mais comumente afetado, mas pode haver disseminação para ossos, pele e sistema nervoso central.

Objetivo

Relatar um caso de tratamento de coccidioidomicose com uso de voriconazol.

Método

Coleta de dados e revisão de prontuário.

Resultados

Jovem de 17 anos, natural de São Paulo e procedente da Califórnia, previamente hígido, inicia quadro subagudo de cefaleia holocraniana com piora ao decúbito. Relata quadro respiratório há um mês com resolução espontânea. Na admissão apresentava rigidez de nuca e papiledema à fundoscopia, com correspondente hidrocefalia no exame de tomografia computadorizada (TC). Exame de líquor apresentou pressão de abertura de 55 cmH2O, pleocitose linfomonocitária, hiperproteinorraquia e hipoglicorraquia. A TC de tórax evidenciou lesão pulmonar cavitária. Houve crescimento de Coccidioides spp. no líquor. O teste de sensibilidade revelou concentração inibitória mínima (CIM) elevada para fluconazol (8 µg/ml) e mais baixa (< 1 µg/ml) para os demais azólicos. Na internação, necessitou de derivação ventrículo-peritoneal (DVP) e recebeu alta com fluconazol em doses altas. Retornou em nosso serviço após 20 dias por cefaleia intensa, com piora ao decúbito. Ajustes pressóricos na DVP foram necessários devido à hidrocefalia descompensada. O líquor evidenciava pleocitose linfomonocitária, hiperproteinorraquia e hipoglicorraquia persistentes. Diante da piora associada à CIM elevada para fluconazol, optou-se pela substituição da medicação por voriconazol, com necessidade de altas doses (∼20mg/kg/d) para atingir nível sérico adequado.

Conclusão

: O fluconazol é a terapia de escolha para a coccidioidomicose, a despeito das maiores CIMs entre os azólicos. O voriconazol é uma alternativa possível para casos refratários, mas há poucos estudos que suportem seu uso. Talvez nosso paciente fosse um metabolizador rápido de azólicos, explicando a melhor resposta à terapia guiada por nível sérico. Recomenda-se, entretanto, terapia vitalícia para meningoencefalite e a toxicidade do uso prolongado do voriconazol poderá ser um fator limitante.

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