14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoA sífilis é uma doença sexualmente transmissível causada pelo Treponema pallidum, de apresentação diversa e intermitente, compreendendo episódios de manifestação clínica e latência. Atualmente, conforme boletins epidemiológicos estaduais e do próprio Ministério da Saúde, vivencia-se no contexto de assistência à saúde uma explosão dos números de casos e um trabalho árduo no combate, diagnóstico oportuno e de seu tratamento eficaz. Apesar de se tratar de um agente etiológico muito antigo, a sífilis é altamente susceptível ao esquema de tratamento com penicilina benzatina intramuscular, apresentando altas taxas de cura. No entanto, é recorrente os episódios de abandono de tratamento/tratamento inadequado por ocasião do desconforto álgico proporcionado pela administração da medicação – o que contribui para o cenário atual de crescimento significativo dos casos em diferentes análises subpopulacionais.
ObjetivoAvaliar o impacto na adesão e taxa de cura dos pacientes diagnosticados com sífilis com tratamento combinado de 0.5 ml lidocaína 2% precedendo a aplicação de penicilina benzatina.
MétodoMetodologia: seguimento prospectivo dos pacientes diagnosticados com sífilis em um Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) do interior de São Paulo.
ResultadosForam diagnosticados 120 pacientes no intervalo compreendido entre março de 2023 e março de 2024. Todas as classificações de sífilis foram incluídas, não foram incluídas gestantes e não houve distinção entre os grupos quanto a características sociodemográficas. A taxa de adesão ao tratamento proposto foi de 100%. Os critérios de cura utilizados foram àqueles preconizados pelo Ministério da Saúde, com seguimento sistematizado dos títulos de VDRL. Todos os pacientes apresentaram taxa de cura ao final de 12 meses de seguimento.
ConclusãoO uso de lidocaína precedendo à penicilina no manejo de sífilis se apresenta como uma alternativa de melhora de adesão ao tratamento sem, no entanto, trazer impacto para os critérios de cura. Nesse contexto, ressalta-se a importância de ferramentas farmacológicas ou não que otimizem a assistência às ISTs, aumentando a adesão e seu efetivo tratamento.