14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoAs pessoas que vivem com HIV diagnosticadas e tratadas em longo prazo podem apresentar uma série de complicações associadas ao seu envelhecimento precoce, incluindo principalmente alterações cardiovasculares.
ObjetivoO principal objetivo do estudo foi avaliar a ocorrência de riscos de alterações cardiovasculares, utilizando o Escore de Framingham, em pessoas que vivem com HIV diagnosticadas há 20 anos ou mais e em uso prolongado de antirretrovirais. Os objetivos específicos foram comparar pacientes da mesma faixa etária dos dois grupos em relação aos fatores de risco cardiovasculares e avaliar os principais fatores de risco de acordo com o Escore de Framingham para o desenvolvimento de alterações cardiovasculares nos dois grupos.
MétodoTratou-se de estudo de coorte retrospectivo em que foi realizada entrevista, pela própria pesquisadora, dos participantes atendidos no Serviço de Ambulatórios Especializados de Infectologia Domingos Alves Meira, do complexo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu. Foi realizada coleta de dados sociodemográficos, hábitos de vida e conhecimento sobre o diagnóstico de alguma comorbidade. Os dados laboratoriais e clínicos foram obtidos dos prontuários médicos de cada participante. Esses exames são realizados na rotina de atendimento das pessoas que vivem com HIV/aids no Serviço. Foram estudadas 160 pessoas que vivem com HIV, divididas em dois grupos, G1, com 63 pessoas com diagnóstico da infecção pelo HIV há mais de 20 anos e G2, composto por 97 pessoas com diagnóstico da infecção entre 2 e 5 anos.
ResultadosA partir dos resultados obtidos, observou-se que no G1 a maioria dos participantes eram mulheres, 34 (53,96%) e no G2 eram homens, 68 (70,10%). A faixa etária variou de 41 a 71 anos no G1 e de 20 a 69 anos, no G2. Observou-se também que houve maior número de PVHIV com risco cardiovascular aumentado, de acordo com o aumento da faixa etária. Além disso, notou-se que nos dois grupos de estudo, o maior fator de risco foi o tabagismo, predominante na mesma faixa etária (45 a 55 anos).
ConclusãoAssim, conclui-se que o maior fator de risco para o aumento de alterações cardiovasculares encontrado no presente estudo, foi o tabagismo.