14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoO câncer de próstata pode ser detectado precocemente por meio da biópsia transretal de próstata (BTRP), que por se tratar de um exame invasivo pode apresentar eventos adversos (EA), a literatura descreve que os principais EA são hematúria, hematospermia, sintomas do trato urinário inferior transitórios, infecção e urosepse(1). Desde janeiro de 2020, o Serviço de controle de infecção ambulatorial (SCIA) de um ambulatório médico de especialidades (AME) realiza busca ativa pós BTRP.
ObjetivoMonitorar a incidência de EA pós BTRP em um AME com o intuito de avaliar a efetividade da antibioticoprofilaxia.
MétodoEstudo descritivo retrospectivo que ocorreu no período de jan/2020 a abril/2024, em um AME que realiza em média 215 BTRP por ano. Foi realizada a metodologia busca ativa por meio de contato telefônico 07 dias após BTRP para detectar EA.
ResultadosNo período de janeiro de 2020 a dezembro de 2023, foram realizados 865 procedimentos. A taxa de infecção do trato urinário (ITU) e Internação por sepse urinária foi de 5,0% e 0,9% respectivamente. No período de janeiro de 2024 a março de 2024 foram realizados 58 procedimentos, a taxa de ITU e internação por sepse urinária foi de 6,1% e 4,1% respectivamente. 04 doses de Ciprofloxacina 500mg VO 12/12h foi utilizada como antibioticoprofilaxia nesse período. A partir de abril de 2024, foi adotado profilaxia combinada com Ciprofloxacina 500mg VO associado a ceftriaxona 1g IV dose única antes do procedimento.
ConclusãoDados da literatura reportam taxa de internação pós BTRP por sepse de 1% a 3%(1). Novas técnicas vêm sendo desenvolvidas para mitigar EA é o caso da cultura de secreção pré-procedimento com objetivo de identificar o perfil de sensibilidade dos agentes que colonizam a flora intestinal e a técnica de biópsia transperineal(2). Sendo assim, monitorar a ocorrência de EA pós BTRP é de extrema importância para avaliar a efetividade da antibioticoprofilaxia no serviço.