14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoDesde a descoberta do HIV, na década de 1980, o vírus tornou-se uma preocupação global de saúde pública. Atualmente, estima-se que 38 milhões de pessoas estejam vivendo com o HIV. Desafios persistem, bem como a progressão para a fase AIDS e sua relação com as doenças oportunistas vigentes. Estas surgem no contexto do comprometimento do sistema imunológico do indivíduo, como consequência do HIV não controlado, sendo identificada a fase AIDS.
ObjetivoApresentaremos um relato de caso de coinfecção neurocriptococose, paracoccidioidomise e citomegalovirose em um paciente, portador de HIV em fase AIDS, internado na enfermaria do serviço de infectologia do Hospital Heliópolis-SP.
MétodoRealizada coleta de dados, revisão de prontuário e pesquisa bibliográfica sobre HIV/AIDS e doenças oportunistas. O estudo foi feito mediante obtenção de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido em que o paciente autoriza utilização de dados clínicos.
ResultadosPaciente, masculino, 22 anos, natural de Ribeirão Pires (SP). Procurou o pronto atendimento do Hospital Heliópolis devido quadro de emagrecimento não intencional progressivo, há um ano, com perda acentuada de 10 quilos nos últimos quatro meses. Associados, apresentava cefaleia de forte intensidade, febre não aferida no período. No PS, evolui com náuseas, dois episódios de convulsão tônico-clônica generalizada, alteração de comportamento agressivo e rebaixamento do nível de consciência. Realizado rastreio infeccioso com sorologia reagente para HIV. Coleta de liquor realizada em âmbito de internação com antígeno criptocócico positivo. Iniciado tratamento para neurocriptococose, com rastreio para demais infecções oportunistas, evidenciando PCR-CMV sérico positivo com alta carga viral. Instituído tratamento para a citomegalovirose disseminada. Na evolução, há o aparecimento de lesões ulcerosas e vesiculares em dorso com realização de biópsia. Sendo evidenciado Paracoccidioides brasiliensis, em resultado anatomopatológico. Finalizados os tratamentos em regime de internação, com melhora clínica, paciente continua com seguimento clínico e tratamento no ambulatório do serviço de infectologia. Paciente em uso regular de TARV e melhora do status imunológico.
ConclusãoO rastreio infeccioso das doenças oportunistas e seus tratamentos, como do próprio HIV, reduzem a morbimortalidade dos pacientes, trazendo aumento da sobrevida e controle da sua doença de base.