Journal Information
Vol. 28. Issue S2.
14° Congresso Paulista de Infectologia
(October 2024)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 28. Issue S2.
14° Congresso Paulista de Infectologia
(October 2024)
ÁREA: EPIDEMIAS E DOENÇAS EMERGENTES
Full text access
EP-021 - PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA DOENÇA DE CHAGAS NO BRASIL ENTRE 2012 E 2022
Visits
211
Arthur Mota Pinheiro, Beatriz de Morais Pereira
Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA), Marília, SP, Brasil
This item has received
Article information
Special issue
This article is part of special issue:
Vol. 28. Issue S2

14° Congresso Paulista de Infectologia

More info
Introdução

A Doença de Chagas (DC) é uma doença infecciosa causada pelo protozoário Trypanossoma cruzi, transmitido ao homem pelo contato com as fezes contaminadas de insetos triatomíneos, popularmente conhecidos como “barbeiros”. Considerando que sua epidemiologia é diretamente relacionada a condições socioeconômicas locais, torna-se importante a elaboração de um estudo detalhado acerca da distribuição dessa doença na população brasileira.

Objetivo

Analisar o perfil epidemiológico da DC nas 5 macrorregiões brasileiras entre 2012 e 2022.

Método

Estudo epidemiológico descritivo retrospectivo com base em dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificações do Sistema Único de Saúde (SINAN/DATASUS). Incluíram-se os casos confirmados de DC entre 2012 e 2022 no Brasil. As variáveis utilizadas foram ano do diagnóstico, sexo, região de notificação, modo provável de infecção e evolução.

Resultados

No período analisado, foram confirmados 3.219 casos de DC, sendo 1.732 homens (53,8%) e 1.487 mulheres (46,2%). Em relação às regiões de notificação, houve um predomínio na região Norte, com 3.068 casos (95,3%), seguida pelas regiões Nordeste, com 108 casos (3,4%), Sudeste com 20 (0,6%), Centro-Oeste com 14 (0,4%) e Sul com 9 (0,3%). Quanto aos modos prováveis de infecção, destaca-se o oral, com 2.625 casos (81,5%), seguido pelo vetorial com 226 (7%), vertical com 14 (0,4%) e acidental com 8 (0,3%), além dos 8 modos classificadas como “outro” (0,3%) e dos 338 ignorados (10,5%). Por fim, a evolução é marcada por 2.817 vivos (87,5%), tendo 40 óbitos pelo agravo notificado (1,2%) e 8 óbitos por outra causa associada (0,3%), além de 354 casos ignorados (11%).

Conclusão

A maioria dos casos de DC envolvem indivíduos do sexo masculino da região Norte do Brasil, principalmente pela transmissão oral, o que pode sugerir que essa parcela populacional é menos esclarecida em relação à importância de se higienizar os alimentos antes de ingerí-los ou que possui menos condições econômicas de comprar alimentos previamente higienizados. Já o baixo índice de óbitos deve ter relação com uma subnotificação elevada, visto que a DC é uma doença grave que não apresenta baixa morbi-mortalidade. Ainda, levando em conta as condições socioeconômicas de grande parte dos brasileiros, especialmente da região Norte, um possível raciocínio de conscientização populacional e busca por tratamento precoce como justificativa para tal número tende a ser descartado.

Full text is only aviable in PDF
Download PDF
The Brazilian Journal of Infectious Diseases
Article options
Tools