14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoNa pandemia causada pelo vírus SARS-CoV-2 a síndrome respiratória aguda tornou-se uma das principais preocupações nos pacientes com COVID-19. Com o passar do tempo, diferentes acometimentos sistêmicos alertaram sobre a possibilidade do surgimento de complicações extrapulmonares altamente graves. Neste contexto, a Síndrome Inflamatória Multissistêmica pediátrica (SIM-P), surgiu como uma complicação grave após a infecção por SARS-CoV-2. Os fatores de risco para o desenvolvimento da SIM-P são investigados, com a idade e a gravidade da infecção inicial destacados como influentes. Pré-adolescentes de 10 a 12 anos e adolescentes entre 12 a 19 anos, parecem apresentar um risco aumentado no desenvolvimento da SIM-P em comparação com crianças de 2 a 10 anos. O diagnóstico precoce da SIM-P é essencial para o manejo adequado e prevenção de complicações, onde terapias anti-inflamatórias, imunobiológicas e de suporte, são comumente empregadas, enquanto cuidados intensivos são preconizados em casos graves. A vacinação contra SARS-CoV-2 desempenha um papel crucial na redução da incidência de infecções e na prevenção da SIM-P.
ObjetivoAvaliar os fatores de risco associados à SIM-P pós infecção por SARS-CoV-2.
MétodoA revisão foi realizada pelo método PRISMA buscando as possíveis relações entre a SIM-P e SARS-Cov-2 em crianças. As buscas foram realizadas nas plataformas Pubmed, Embase e Cochrane, utilizando os termos “COVID-19 Syndrome, Post-Acute”, “children” e “Long-Haul COVID” que resultou em um número de 203 referências, das quais 16 foram selecionados após os critérios de elegibilidade e inclusão.
ResultadosApós a leitura e exploração dos 16 artigos, 7 publicações associaram o sexo feminino, Covid de longa duração (CL), índice de massa corpórea (IMC) elevado, vacinação incompleta e idade acima de 10 anos, com o desenvolvimento da SIM-P. A vacinação contra COVID-19 foi associada a uma redução na prevalência de sintomas persistentes, em 3 estudos. Notavelmente, em 5 estudos, o desenvolvimento da SIM-P foi evidenciado em cerca de 40% das crianças com diagnóstico de CL.
ConclusãoA análise concluiu que as variáveis CL, sexo feminino, IMC elevado, vacinação incompleta e idade, são fatores de risco para o desenvolvimento da SIM-P. Novos estudos necessitam ser realizados para melhor compreensão e efetividade destes fatores, visto que muitos são mutáveis.