14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoA síndrome respiratória aguda grave (SRAG) é uma condição de grande relevância para a saúde pública. Foram notificados 64957 casos hospitalizados no estado de São Paulo nas 52 semanas epidemiológicas do ano de 2023, dos quais 2761 (4,3%) foram detectados com vírus Influenza. Apesar disso, a maioria dos casos é encerrada sem a identificação do agente etiológico.
ObjetivoDescrever características clínicas e microbiológicas dos casos notificados de SRAG no Hospital São Paulo no ano de 2023.
MétodoEstudo transversal com análise dos casos notificados de SRAG em pacientes internados no Hospital São Paulo de 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2023, obtidos a partir da importação dos dados presentes nas fichas de notificação compulsória de casos de SRAG no SIVEP-GRIPE. O material obtido de amostra respiratória foi enviado ao Laboratório de Virologia da Disciplina de Infectologia, Unifesp, para realização de pesquisa por PCR para SARS-CoV-2, Influenza e vírus sincicial respiratório.
ResultadosForam notificados 235 casos de SRAG internados no Hospital São Paulo, HU Unifesp, no ano de 2023. Do total, 123 (52,3%) dos pacientes eram do sexo masculino e 65 pacientes (27,6%) tinham idade acima dos 60 anos. Os sintomas mais comuns nos casos notificados foram desconforto respiratório (77,8%), dessaturação (77,5%), dispneia (73,1%), tosse (72,7%) e febre (59,1%). Além disso, 175 pacientes (74,4%) apresentavam fatores de risco para ocorrência de SRAG, sendo os mais comuns cardiopatia (25,1%), pneumopatia (16,1%) e imunodepressão (15,3%). Amostras para pesquisa de agente etiológico foram coletadas de 222 pacientes (94%), sendo 208 amostras de escarro, 4 lavados broncoalveolares e 8 aspirados traqueais. Testes de PCR foram positivos em 72 (32,4%) destes; 37 para COVID-19, 22 para vírus sincicial respiratório (VSR) e 7 para Influenza. Receberam antivirais 7,6% dos pacientes. Foram internados em unidade de terapia intensiva 63,8%; enquanto 80,8% (190) precisaram de suporte ventilatório, sendo necessário suporte invasivo em 52 destes. Encerramento como cura em 77,8% dos casos, 7,6% foram notificados como óbito por SRAG e óbito por outras causas em 13,6%.
ConclusãoO estudo evidenciou que a maior parte dos indivíduos apresentam algum fator de risco para SRAG. O isolamento do agente etiológico não foi comum, apesar da coleta na grande maioria dos casos. A maioria dos pacientes necessitou de leitos de terapia intensiva e cerca de 20% dos pacientes internados com SRAG faleceram durante a internação.