XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoOs arbovírus, como o Zika vírus (ZIKV), têm impactado fortemente a saúde global, e despertado atenção devido à patogênese associada às infecções e a rápida disseminação desses em diversos países. Deste modo, é fundamental investir em programas de controle e prevenção. Portanto, o objetivo deste trabalho foi o de desenvolver e avaliar a eficácia de uma vacina quimérica contra o ZIKV, baseado na conjugação de E-DIII ZIKV com VLPs, para induzir uma resposta imune efetiva contra o patógeno.
MétodosAs VLPs (Qβ) e proteínas ED-III ZIKV foram expressas em plataforma procariótica, purificadas por cromatografia e analisadas por eletroforese. Para formulação vacinal a proteína foi conjugada quimicamente ao QβVLPs. Nos testes com animais foram utilizados camundongos isogênicos da linhagem C57BL/6, sendo imunizados com duas doses por via intramuscular (I.M). Amostras de sangue foram coletadas semanalmente por punção do plexo venoso submandibular e ao final de 42 dias o baço foi extraído e processado para realização de citometria de fluxo. A produção de anticorpos, IgG total e suas subclasses (IgG1 e IgG2b) foram quantificados pela realização da técnica de ELISA. Sendo as análises estatísticas executadas com uso da linguagem R.
ResultadosAo final do processo de purificação, foi possível obter um rendimento de aproximadamente 3 mg de proteína pura em 1L de cultivo. A conjugação da partícula vacinal ED-III ZIKV - QβVLP pode ser observada por microscopia eletrônica de transmissão (MET). Na técnica de citometria de fluxo, foi evidenciado um aumento da porcentagem de expressão das citocinas intracelulares IFN-γ e TNF-α quando comparados com o grupo controle. E na resposta imune humoral, foi evidenciada a produção de anticorpos de IgG total e subclasses, mostrando que os níveis dessas moléculas estavam aumentados nos grupos vacinais. Além do que, foi possível evidenciar o predomínio de IgG2b que caracteriza uma polarização da resposta imune para um perfil Th1.
ConclusãoDiante disso, tanto a proteína quanto o VLP produzidos apresentaram qualidade compatível com aplicação em ensaios de antígenos vacinais. As formulações demonstraram ser imunogênicas, induzindo elevados títulos de anticorpos antígeno-específico em modelo animal, além de conferirem uma resposta imune celular, considerada chave para geração de respostas protetoras para infecção pelo ZIKV.