IV Congresso Goiano de Infectologia
More infoA tuberculose (TB), infecção causada pelo Mycobacterium tuberculosis e transmitida por meio de gotículas respiratórias, é a segunda principal causa de morte por um único agente infeccioso em todo o mundo. Conforme análises recentes, ela é influenciada por diversos determinantes biológicos, clínicos e socioeconômicos. O aumento do número de casos de TB após a pandemia da COVID-19, sublinha a necessidade de implementação de medidas para sua contenção e erradicação.
ObjetivoEvidenciar os propulsores do aumento dos índices de tuberculose no Brasil e pontuar a urgência da aplicação de políticas de saúde abrangentes.
MetodologiaRealizou-se uma revisão de literatura, baseada em dados das bases Scielo, BVS e PubMed, publicados entre os anos de 2018 e 2024, nos idiomas inglês, espanhol e português. As palavras-chave utilizadas foram "tuberculose", "TB" e "Infecção por Mycobacterium tuberculosis". Além disso, usou-se dados do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações e um relatório global, publicado pela Organização Mundial de Saúde.
ResultadosA revisão permitiu evidenciar diversos fatos relevantes para o aumento dos índices de TB no Brasil. Durante os anos da pandemia de SARS-CoV-2, as estratégias de saúde de todo o mundo foram reorganizadas para mitigar os índices alarmantes de COVID-19, o que constituiu um grande obstáculo para a notificação de novos casos de tuberculose e para a assistência aos pacientes com a doença. Outrossim, a cobertura da vacina BCG, indicada para prevenir as formas graves de TB (miliar e meníngea), caiu de 107,28%, em 2014, para 74,97%, em 2021, criando um cenário futuro preocupante. Observa-se, também, que a insegurança alimentar e as barreiras geográficas, culturais e financeiras aos serviços de saúde contribuem significativamente para a disseminação da TB em populações vulneráveis, fatores que, recentemente, se intensificaram no país.
ConclusõesDiante da urgência em conter o avanço da TB, é crucial adotar uma abordagem ampla que considere os aspectos clínicos e sociais da doença. Nesse viés, a implementação de políticas públicas voltadas para a melhoria das condições de vida das populações vulneráveis, o fortalecimento dos sistemas de saúde, a instituição de novos métodos diagnósticos e tratamentos mais eficazes, e a intensificação das campanhas de vacinação da BCG são essenciais para reverter tal tendência alarmante e para alcançar as metas estabelecidas para o controle da TB.