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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
ÁREA: INFECÇÕES COMUNITÁRIAS (PELE E PARTES MOLES, OSSOS E ARTICULAÇÕES, INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS, ENDOCARDITES, SISTEMA DIGESTÓRIO, INFECÇÕES DO SNC, INFECÇÕES URINÁRIAS, INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS, SEPSE)AO 18
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ENDOCARDITE INFECCIOSA POR BACTÉRIAS GRAM-NEGATIVAS NÃO-HACEK: ESTUDO MULTICÊNTRICO
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Leonardo Paiva de Sousaa, Cláudio Querido Fortesb, Paulo Vieira Damascoc, Giovanna Ianini Ferraiuoli Barbosad, Wilma Felix de Oliveira Golebioviskid, Clara Wekslerd, Rafael Quaresma Garridod, Rinaldo Focaccia Sicilianoe, Cristiane Lamasa
a Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
b Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
c Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
d Instituto Nacional de Cardiologia (INC), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
e Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 26. Issue S1
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Endocardite infecciosa (EI) permanece como doença com alta morbimortalidade. EI causadas por bactérias não usuais, como bactérias Gram-negativas não-HACEK (BGNNH), têm aumentado, podendo estar associados a formas mais graves da doença. Estudos sugerem que infecções relacionadas aos cuidados de saúde parecem estar associadas à EI causada por BGNNH, incluindo a realização de procedimentos cirúrgicos, como troca valvar cardíaca, a inserção de marca-passo e outros. O objetivo deste estudo é descrever as características clínicas e fatores de risco associados à aquisição de EI por BGNNH. Este estudo prospectivo observacional incluiu pacientes com diagnóstico definitivo de EI através dos critérios modificados de Duke com cultura positiva para BGNNH em 4 hospitais no Brasil entre os anos de 2006 e 2019. Dos 1154 pacientes incluídos, 38 (3,3%) apresentaram EI por BGNNH. A mediana de idade foi de 57 (IIQ 43-69) anos, eram do sexo masculino 25/38 (65,8%) e 32/38 (84,2%) apresentou EI aguda. Os agentes etiológicos mais comuns foram Pseudomonas aeruginosa e Klebsiella spp. (8 episódios, 21% cada), Serratia marcescens (6 episódios, 16%), Enterobacter spp. (6 episódios, 16%), Acinetobacter spp. e Burkholderia cepacia (3 episódios, 10% cada). Piora da função cardíaca foi encontrada em 18/38 (47,4%) dos pacientes. Eventos embólicos ocorreram em 18/38 (47,4%), a maioria para o sistema nervoso central 7/38 (18,4%). Comorbidades foram frequentes, como insuficiência cardíaca prévia 19/38 (50%) e doença renal crônica 17/38 (44,7%). Regurgitação valvar nova foi encontrada em 5/38 (13,2%), vegetações aórticas em 17/38 (44,7%) e mitrais em 16/48 (42,1%). Valvas protéticas foram afetadas em 19/38 (50%) e dispositivos cardíacos em 6/8 (15,8%). Exposição a cuidados de saúde recentes foi identificado em 52,6% dos pacientes. Mortalidade foi de 19/38 (50%). A maioria das infecções foi causada por agentes susceptíveis a maioria das classes de antimicrobianos 30/38 (79%). Fatores relacionados a óbito foram presença de cateter venoso central (OR = 5,93, IC = 1,29-27,3, p = 0,017), ter disfunção renal crônica (p = 0,049, IC = 1,20-19,1 e OR = 4,8) e hemodiálise (OR = 16,2 IC = 1,78-147, p = 0,008). A incidência de EI por BGNNH encontrada foi similar a encontrada em estudos prévios. Infecções nosocomiais envolvendo enterobactérias e Pseudomonas aeruginosa, patógenos oportunistas e formadores de biofilme predominaram. Valvas protéticas e demais dispositivos intracardíacos foram mais afetados com alta taxa de mortalidade.

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The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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