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Vol. 25. Issue S1.
12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
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12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
EP‐109
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ENCEFALITE SECUNDÁRIA À DENGUE ‐ RELATA DE CASO
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Letícia Rahal Cardoso Barucci, Renan Mozzato Juliani, Nelson Antônio Gasperin, Mariana Vitoria Gasperin
Hospital Norospar, Umuarama, PR, Brasil
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12° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução: Dengue é uma arbovirose que se manifesta como uma doença infecciosa febril aguda. Tem como agente etiológico o vírus da dengue (Flavivirus), e tendo como vetor o mosquito Aedes aegypt. Os diferentes sorotipos dos vírus são transmitidos pela picada da fêmea do mosquito, sendo que o vírus DEN2 e DEN3 apresentam neurotropismo e ultrapassam a barreira hematoencefálica, o que pode ocasionar meningite, encefalite, mononeuropatia e polineuropatia, por toxicidade direta.

Objetivo: Relatar caso atípico de encefalite secundária à dengue.

Metodologia: Trata‐se de um relato de caso baseado nas informações do prontuário médico.

Resultados: Paciente masculino, 52 anos, com febre, mialgia e cefaleia há 3 dias. Evolui com agitação psicomotora, rebaixamento do nível de consciência (Glasgow 13) e crise convulsiva generalizada, com necessidade de internação hospitalar. Exames laboratoriais: Plaquetas: 137000/mm3; TGO: 56U/L; TGP: 61 U/L; GGT: 58 U/L; PCR: 10,2mg/L. Sorologia dengue IgG e IgM reagentes. Punção liquórica: glicose: 76mg/dL, proteínas: 99mg/dL e leucócitos: 33/mm3. Bacterioscopia e culturas negativas. Foi, portanto, diagnosticada encefalite secundária a dengue. Apresentou remissão dos sintomas neurológicos após 36 horas, com alta hospitalar no terceiro dia de internação.

Discussão/Conclusão: A dengue é uma arbovirose que se manifesta como doença infecciosa febril aguda. Progressivamente vêm aumentado o número de pacientes com acometimento neurológico na doença. São associados a manifestações neurológicas: hiponatremia, choque prolongado, insuficiência hepática e sangramento intracraniano, não presenciados no caso relatado. A encefalite caracteriza‐se por inflamação do parênquima cerebral. É diagnosticada na presença de alteração do estado mental (rebaixamento, letargia ou alteração de personalidade) por pelo menos 24 horas sem causa identificada aliada a três ou mais critérios menores a seguir: Febre ≥38°C nas 72 horas antes ou após alteração de consciêcia; convulsões generalizadas ou parciais, novo achados neurológicos focais; contagem de leucócitos no LCR ≥ 5/mm3; anormalidade do parênquima cerebral à neuroimagem, sugestiva de encefalite; anormalidade na eletroencefalografia compatível com encefalite e não atribuível a outra causa. Constitui forma grave da doença e fatores como: extremos etários, raça branca, sexo feminino e doenças crônicas, estão relacionados com a maior morbimortalidade da doença, sendo, portanto, importante o diagnóstico precoce para manejo correto do paciente.

The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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