Com 40 anos da primeira descrição da AIDS, as diretrizes clínicas atuais orientam o início da Terapia Antirretroviral (TARV) o mais breve possível a fim de diminuir a morbimortalidade e para conter a epidemia do HIV. Para ampliar o número de indivíduos tratados, o cuidado continuado das Pessoas Vivendo com HIV (PVH) sem imunossupressão passam ser de competência da Atenção Primária de Saúde (APS). Nesse contexto, uma das formas internacionais de divulgação de diretrizes para clínicos é a estratégia do Detalhamento Acadêmico (DA). A mesma caracteriza-se por uma forma efetiva de promover a implementação prática de novas diretrizes clínicas aos profissionais da APS, cujo o emprego é comumente visto em países desenvolvidos, sendo seu uso no Brasil ainda incipiente.
ObjetivoConceber um objeto de aprendizagem (OA) virtual com a estratégia do DA na temática do manejo clínico do usuário com diagnóstico recente do HIV por médicos não especialistas em Infectologia.
MétodosSeguindo o modelo de DA virtual proposto por Baldwin (2018), elencou-se os materiais instrucionais que contemplassem as metas educacionais estabelecidas: A seguir, ocorreu a elaboração do plano pedagógico, com objetivo de organizar o OA adaptando os elementos tradicionais do DA às metas estabelecidas e o desfecho preconizado, tendo os mesmos um caráter interacionista com o profissional da saúde. Finalizou-se com a construção do OA em si, com a pesquisa de termos técnicos sem estigma, disposição de materiais atualizados, fóruns de discussão, casos clínicos ilustrativos e a elaboração de uma ferramenta de recomendação para avaliar o fluxo de encaminhamento ao especialista ou da permanência do paciente na APS.
ResultadosO curso do manejo clínico e os materiais foram desenvolvidos voltados para os médicos da APS, com explicações detalhadas sobre a patogêneses do HIV e os detalhes da farmacologia da TARV. Casos clínicos e questões comentadas apresentam as respostas dos principais dilemas para o manejo clínico do HIV na APS.
ConclusõesA estratégia do DA para concepção de OA que pode ser empregado como apoio para implementações de diretrizes que possuem atualizações frequentes ao profissional não especialista na área, dado que ele apresenta outras necessidades de estudo, por apresentar uma abrangência clínica ampla e por uma agenda de compromissos de atendimentos ambulatoriais entre outras atividades pertinentes ao seu cargo.