Estima-se que a população surda no Brasil seja de 344.2 mil pessoas. Apesar da Língua Brasileira de Sinais (Libras) ser legalmente reconhecida no país, existem barreiras de comunicação em saúde, o que amplia as lacunas de acesso, destacando-se a infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana/Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (HIV/Aids), decorrente da falta de acesso à prevenção, ao tratamento e à educação sexual. Objetiva-se neste estudo conceber uma ferramenta educacional em Libras sobre HIV/Aids, a fim de criar uma estratégia de comunicação educacional entre jovens surdos e profissionais da saúde. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo qualitativo a partir de uma situação problema de uma jovem surda que desconhece as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e procura informações a respeito.
ResultadosA vídeo aula, disponibilizada no hiperlink: https://youtu.be/xL9X4qB6l7Y, permite despertar o interesse no assunto, além de ensinar os principais sinais em Libras relacionadas à temática, o que é informativo para os usuários e os profissionais da saúde. O vídeo possui 17,42 minutos, de modo bilíngue Libras/Português, contemplando os conteúdos ISTs, HIV/Aids e métodos de prevenção. Considerando-se o atual uso de máscaras pela medida de enfrentamento ao SARS-Cov2, sem a adaptação da transparência, não permitindo a leitura labial; e o diálogo pela escrita, apesar de ser uma opção, requerer o esforço prioritário do usuário surdo, em ter que expressar dúvidas sobre temas que dificilmente foram abordados previamente em Libras, a ferramenta pode se tornar grande facilitador durante a pandemia, sendo empregada como material de apoio no Programa Saúde na Escola, em salas de espera, em eventos públicos, em consultórios e para educação continuada em serviços de saúde. A simultaneidade das duas línguas permite que, mesmo que o profissional não seja fluente em Libras, possa iniciar um diálogo empático com o paciente surdo ou deficiente auditivo.
ConclusãoA vídeo aula dissipa o padrão da comunicação sobre HIV e foca na inclusão de outra parcela da sociedade, a população surda. Espera-se que esta ferramenta contribua para a sociedade, promovendo conhecimento, seja um facilitador para profissionais da saúde e professores e instigue diálogos na saúde sobre educação sexual, focando na diversidade.