12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: A doença do coronavírus 2019 (COVID‐19) atingiu mais de 31 milhões de pessoas ao redor do mundo. Em Wuhan, China, onde iniciou o surto da doença, alguns estudos reconheceram que coagulopatia e níveis elevados de dímero D como fatores prognósticos iniciais em casos mais graves de pacientes com COVID‐19.
Objetivo: Avaliar a correlação entre alteração de D‐dímero de pacientes COVID‐19 positivo à necessidade de internação destes pacientes.
Metodologia: Trata‐se de um estudo observacional descritivo. A coleta de dados foi realizada entre os meses de abril a julho de 2020 por meio dos prontuários eletrônicos e do monitoramento dos pacientes com suspeita de COVID‐19 do Centro de Tratamento da Síndrome Gripal do Instituto de Promoção e de Assistência à Saúde de Servidores do Estado de Sergipe. Os critérios de inclusão foram RT‐PCR para coronavírus detectável e assinatura do Termo de Compromisso Livre e Esclarecido.
Resultados: Foram atendidos 1927 pacientes durante o período. Destes, apenas 1020 apresentaram RT‐PCR para coronavírus detectável. A média de idade dos pacientes avaliados foi de 44,3, sendo 639 (62,7%) mulheres e 381 (37,3%) homens. Em relação às comorbidades que correspondem a fatores de risco para tromboembolismo, 279 (27,3%) eram hipertensos, 263 (25,8%) obesos, 88 (8,6%) diabéticos e 18 (1,8%) tabagistas. Quanto à classificação de risco para COVID‐19, 581 (57,0%) apresentavam grau leve, 348 (34,1%) grau moderado e 91 (8,9%) grau grave. De todos os pacientes avaliados, somente 159 (15,6%) realizaram triagem com dímero D, apresentando alteração apenas em 47 (29,6%) destes. Os pacientes com alteração do biomarcador foram classificados como: 8 (17%) de grau leve, 26 (55,3%) de grau moderado e 13 (27,7%) de grau grave. Dos 8 pacientes de grau leve, apenas 1 (12,5%) necessitou de internação, sem uso de anticoagulante. Dos 26 de grau moderado, somente 2 (7,7%) necessitaram de internação, com uso de anticoagulante em ambos. Dos 13 graves, 4 (30,8%) necessitaram de internação, mas só 2 (15,4%) utilizaram anticoagulante e 1 (7,7%) admitido na UTI. Houve 2 óbitos entre os pacientes com D‐dímero alterado, sendo 1 de grau leve (não necessitou de internação, mas utilizou anticoagulante) e 1 de grau moderado (foi internado, mas não usou anticoagulante).
Discussão/Conclusão: Percebe‐se que a alteração do dímero D nesses pacientes não demonstrou um desfecho desfavorável, sendo necessária uma análise quantitativa mais abrangente.