12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: O perfil das pessoas vivendo com o HIV/Aids que evoluem à óbito passou por significativas mudanças na última década. Sabe‐se que o diagnóstico tardio tem implicações na sobrevida do paciente e que ações precoces reduzem a mortalidade substancialmente.
Objetivo: Descrever a prevalência de óbitos dos casos notificados de HIV/Aids, bem como verificar o perfil demográfico e clínico dos acometidos pelo agravo.
Metodologia: Trata‐se de um estudo transversal, descritivo. A amostra foi constituída por pessoas pertencentes a macrorregião norte do estado do Paraná, notificadas com HIV/Aids no Sistema de Informações de Agravos de Notificação, no período de janeiro/2009 a dezembro/2019. A macrorregião norte é divida em cinco regionais de saúde: Apucarana, Cornélio Procópio, Ivaiporã, Jacarezinho e Londrina, abrange 97 municípios e 1.819.461 pessoas, sendo a segunda macrorregião mais populosa do estado. Os dados foram analisados no software Statistical Package for the Social Science. CAAE: 00603718.6.0000.5231.
Resultados: Dos 5161 casos notificados, 4439 permaneceram vivos (86,0%) e 772 (14,0%) evoluíram a óbito. No período de análise, o ano em que mais houve óbitos por HIV/Aids foi 2011 (12,3%), seguido do ano de 2009 (11,9%). A regional de saúde de Londrina concentrou mais da metade dos óbitos, com um percentual de 54,4%. Dos 772, a maioria morreu no mesmo mês do diagnóstico (50,4%); 163 indivíduos evoluíram a óbito entre 1 a 12 meses do diagnóstico (22,6%) e 195 (27,0%) em 13 meses ou mais do diagnóstico. Em relação ao perfil demográfico dos óbitos, 72,2% eram do sexo masculino e 55,7% tinham 40 ou mais anos. Prevaleceu a raça branca (68,4%), com até 8 anos de estudo (52,5%). De acordo com os critérios do CDC adaptado, 54,3% dos óbitos foram notificados com contagem de linfócitos<350 céls/mm3. Conforme o critério Rio de Janeiro Caracas, a caquexia ou perda de peso maior que 10%, esteve presente em 41,0% dos casos de óbito.
Discussão/Conclusão: Evidencia‐se que metade dos óbitos ocorreram no primeiro mês após a notificação, em homens, adultos, brancos, com pouco estudo, reforçando a necessidade de ações que reduzam as barreiras para um diagnóstico precoce voltados a esse público, com foco em início do tratamento do HIV antes da evolução para Aids.