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Vol. 25. Issue S1.
12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
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12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
EP‐439
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DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE LEISHMANIOSE MUCOSA COM PERFURAÇÃO DE SEPTO NASAL
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Wdson Luis Lima Kruschewsky, Ricardo Dal Col Batista, João Gabriel Alexander, Ricardo Tristão Sá
Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Vitória, ES, Brasil
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12° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução: A perfuração de septo nasal pode estar presente tanto no paciente assintomático, sendo um achado ocasional do exame físico, como no sintomático, e suas etiologias variam entre infecciosas, inflamatórias, neoplásicas, traumáticas e relacionadas ao uso de drogas nasais.

Objetivo: Discutir o diagnóstico diferencial de uma paciente com perfuração de septo nasal.

Metodologia: Feminino, 33 anos, previamente hígida, encaminhada a centro de referência em doenças infecciosas com hipótese diagnóstica de perfuração de septo nasal devido à leishmaniose tegumentar americana (LTA). Apresenta congestão nasal há seis meses, com rinorreia inicialmente hialina evoluindo para mucopurulenta, associada à cefaleia hemicraniana esquerda irradiada para hemiface ipsilateral. Nega procedimentos nasais prévios, contato com animais ou portadores domiciliares de hanseníase. Usuária de cocaína desde os 16 anos de idade. Ao exame físico, perfuração de septo nasal medindo cerca de 0,8cm. Anticorpos anti‐proteinase3=10 (VR<3). A tomografia computadorizada dos seios paranasais mostrou soluções de continuidade no aspecto anterior do septo nasal e na lâmina papirácea esquerda. A paciente, durante a internação, fez uso nasal de soro fisiológico 0,9% e apresentou melhora dos sintomas. Um mês após a alta, sem uso de substância ativa, retorna sem queixas.

Discussão/Conclusão: As causas infecciosas de perfuração septal de maior prevalência são LTA e hanseníase virchowiana, ambas apresentando marcante vínculo epidemiológico. Na LTA, o acometimento septal em geral acontece após anos de evolução da lesão cutânea não tratada ou tratada inadequadamente, caracterizando a forma mucosa; na hanseníase virchowiana, ocorre associado à infiltração progressiva e difusa da pele, áreas de hipoestesia/anestesia e fácies leonina. Entre as doenças inflamatórias, destaca‐se a granulomatose de Wegener, vasculite pauci‐imune que geralmente cursa com c‐ANCA reagente e pode envolver tratos respiratórios e rins. Também relevantes são as etiologias traumáticas como complicações de cirurgias septais, e o uso crônico de drogas inalatórias, como a cocaína, que pelo seu efeito vasoconstrictor local, pode levar a lesões destrutivas de septo nasal, mimetizando diversas condições clínicas, entre elas a LTA e a hanseníase virchowiana. Portanto, a distinção entre as etiologias de perfuração septal é de extrema importância para o seguimento do paciente, visto que um atraso ou erro diagnóstico podem levar a tratamentos inadequados e piora da qualidade de vida.

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