Data: 19/10/2018 ‐ Sala: TV 5 ‐ Horário: 14:05‐14:10 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução: A candidíase sistêmica tem se tornado um desafio emergente aos hospitais, sobretudo por sua alta prevalência e níveis de mortalidade elevados. Dados de 2013 referem que as infecções por espécies de Candida spp. já somavam em torno de 80% de todas as infecções fúngicas do ambiente hospitalar, inclusive disseminações via hematogênicas, infecções em trato urinário e sítios causados por cirurgias. Uma análise de vigilância multicêntrica em 16 hospitais de cinco regiões do Brasil, que cita as espécies Candida spp. como a 7ª causa mais prevalente (5,6%) da infecção sanguínea nosocomial entre todos os patógenos estudados, demonstra a necessidade e a importância de mais pesquisas sobre esse tema.
Objetivo: Descrever o perfil clínico dos episódios de candidemia ocorridos em hospital terciário de Campinas entre 2009 e 2018
Metodologia: Estudo transversal conduzido através da análise de prontuários de pacientes do Hospital da Pontifícia Católica de Campinas, que apresentaram hemoculturas positivas para Candida spp. entre 2009 e 2018. A instituição é um hospital terciário, na cidade de Campinas, conta com 352 leitos, inclusive especialidades médicas, como unidade de terapia intensiva (UTI) de adulto (clínica e cirúrgica), UTI neonatal, UTI pediátrica, serviço de pronto atendimento e emergência de adultos e pediátrico. Foram analisados dados como idade, cirurgia abdominal e não abdominal, nutrição parenteral, cateter venoso central, neutropenia e quimioterapia e a espécie de Candida. Além disso, foi considerado se havia ou não o teste de sensibilidade ao fluconazol, o início, ou não, de tratamento com antifúngico, o medicamento escolhido, sua duração, uso de descalonamento e o desfecho do caso.
Resultado: Durante o período houve 193 episódios de candidemia no hospital. Dentre as espécies identificadas houve claro predomínio da Candida albicans, com 39% dos casos, seguida pela C. tropicalis (24%), glabrata (19%) e parapsilosis (15%). O antifúngico mais prescrito foi o fluconazol (58%), seguido de equinocandinas (27%) e anfotericina B (15%), 60% dos pacientes evoluíram a óbito
Discussão/conclusão: Devido ao aumento na incidência de casos e à importância das candidemias nos hospitais, é importante que busquemos cada vez mais compreender o perfil clínico e epidemiológico dessa afecção nos hospitais brasileiros.