Data: 19/10/2018 ‐ Sala: TV 5 ‐ Horário: 14:12‐14:17 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução: Um dos probióticos mais usados é o Saccharomyces boulardii, cepa de Saccharomyces cerevisiae que é colonizador dos tratos respiratório, geniturinário e intestinal humanos de maneira inócua, pode ser patogênico ocasional de infecções sistêmicas em pacientes debilitados ou imunossuprimidos.
Objetivo: Apesar de rara, a infecção por esses fungos “incomuns” tem aumentado em nosso meio, o Saccharomyces cerevisiae é reconhecido como germe emergente, deve fazer parte das possibilidades diagnósticas.
Metodologia: Relatos de caso. Caso 1 ‐ Masculino, 59 anos, branco, DPOC, fumante, internado em 22/03/17 por pneumonia e insuficiência respiratória. Recebeu Linezolida, Meropenem e Pb. Hemocultura periférica com Saccharomyces cerevisiae de 09/06/17, recebeu Voriconazol por 23dias. Óbito em 09/10/17 por complicações respiratórias.
Caso 2 ‐ Feminino, 87 anos, branca, DPOC, HAS, hipotireoidismo e arritmia, internada em 10/05/18 por lombalgia, evoluiu com rebaixamento do nível de consciência e secreção pulmonar. Com diagnóstico de pneumonia foram iniciados Ceftriaxone e Azitromicina, evoluiu com insuficiência respiratória, foram usados Tiperacicilina/Tazobactan, Meropenem, Linezolida e Pb. Em hemocultura de cateter central de 27/05/18 com Saccharomyces cerevisiae. Recebeu Anfotericina B lipossomal por14 dias com remissão do quadro séptico. Alta em 26/07/18.
Discussão/conclusão: A transmissão do Saccharomyces cerevisiae pode ocorrer por translocação intestinal e contaminação do cateter venoso, seja pelas mãos dos profissionais de saúde ou pela dispersão aérea das cepas após abertas as cápsulas do probiótico. Existem relatos de infecção em pacientes que compartilhavam o quarto com aquele em tratamento. Cepas viáveis puderam ser detectadas até um metro de distância do local de manipulação e persistiram nas superfícies após duas horas, até nas mãos dos profissionais, sua remoção foi difícil, mesmo com lavagem das mãos, um possível foco de disseminação pelas unidades fechadas. Em nossa prática hospitalar os probióticos são manipulados em carrinhos de medicação à beira do leito ou no posto de enfermagem na própria unidade de internação, prática que pode ter contribuído para contaminação dos pacientes relatados. Nossa conclusão é que deverá ocorrer a manipulação dos probióticos em ambientes distintos das unidades de internações e ainda a instituição de protocolos bem definidos para manipulação e administração de probióticos na instituição.