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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
PI 241
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DESCRIÇÃO CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICA DE SURTO DE INFECÇÃO PRIMÁRIA DE CORRENTE SANGUÍNEA POR CANDIDA SPP. NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA DE HOSPITAL DE ENSINO DO ESTADO DE GOIÁS NO ANO DE 2018
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Murilo Fraga Oliveira Calábriaa, Priscilla Yoshiko Sawadaa, Lísia Gomes Martins de Moura Tomichb
a Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG), Goiânia, GO, Brasil
b Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, GO, Brasil
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Vol. 26. Issue S1
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Introdução/Objetivo

A infecção primária de corrente sanguínea (IPCS) por Candida spp. é importante causa de morbimortalidade em hospitais terciários, respondendo por cerca de 80% das infecções fúngicas nosocomiais. A relevância dessa entidade clínica deve-se à crescente complexidade dos pacientes, em paralelo a terapêuticas médicas cada vez mais invasivas. O objetivo deste trabalho foi analisar surto de IPCS por Candida spp. em UTI (unidade de terapia intensiva) de hospital terciário no ano de 2018.

Métodos

Estudo descritivo dos casos de IPCS por Candida spp. em pacientes internados em UTI por meio de banco de dados secundário do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar no contexto de investigação de surto ocorrido de junho a outubro de 2018. Definiu-se surto como aumento não esperado de casos de uma infecção conhecida no ambiente hospitalar. Avaliaram-se dados demográficos dos pacientes, possíveis fatores de risco (uso de cateter venoso central, cirurgia abdominal prévia, nutrição parenteral, hemodiálise, antibioticoterapia prévia/atual), terapia antifúngica instituída e desfecho. Para avaliação da mortalidade geral, consideraram-se os óbitos registrados no período de 30 dias após a positivação da hemocultura.

Resultados

Identificaram-se 9 casos de IPCS por Candida spp. de um total de 17 IPCS na UTI em 2018, resultando em incidência de 52,9% e caracterizando surto diante do aumento da incidência de quase 10 vezes, quando comparado à incidência bianual de 5,6%(3/17) de 2016-2017. Houve predomínio de C. parapsilosis (45%;4), seguido de C. albicans (22%;2), C. krusei (11%;1), C. tropicalis (11%;1) e C. lusitaniae (11%;1). A média de idade foi de 62 anos (DP 19,2), sendo 7 casos (77,7%) do sexo masculino. Constatou-se letalidade de 55%(5/9). Dentre os fatores de risco, uso de cateter venoso central e antibioticoterapia prévia ocorreram em 100%(9), hemodiálise em 65%(6), cirurgia abdominal prévia em 45%(4) e uso de nutrição parenteral total em 22%(2). Todos foram tratados com equinocandinas.

Conclusão

A alta taxa de letalidade na presente série, semelhante às encontradas em outros estudos, ratifica a relevância das candidemias no contexto das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde, bem como a emergência das espécies não-albicans de Candida spp.. É imperativa constante vigilância epidemiológica, maior adesão às medidas de prevenção e controle dessas infecções, prontidão para suspeição clínica e tratamento precoce, visando desfechos mais favoráveis.

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The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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