Data: 19/10/2018 ‐ Sala: TV 7 ‐ Horário: 10:37‐10:42 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução: Embora os pacientes internados em enfermarias tenham menor gravidade do que aqueles internados em unidade de terapia intensiva (UTI) e usem menos dispositivos invasivos, eles também podem desenvolver infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS).
Objetivo: Avaliar a incidência de IRAS associadas a dispositivos invasivos em enfermarias e compará‐las com a UTI.
Metodologia: Foi feita vigilância por incidência das IRAS das enfermarias de clínica médica, infectologia, neurologia e transplante e da UTI adulto do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (Unesp), de fevereiro de 2014 até junho de 2018. A densidade de incidência (DI) das IRAS foi calculada pela relação do número de infecções com pacientes ou dispositivos‐dia, multiplicadas por 1.000. A comparação das DI foi feita pelo Mid‐P, considerou‐se significativo um erro tipo alfa menor que 5%.
Resultado: O número de pacientes‐dia nas enfermarias foi de 46.006 e na UTI 35.186. A DI de IRAS totais foi quatro vezes maior na UTI (34,0/1.000 pacientes‐dia) do que nas enfermarias [8,6/1.000 pacientes‐dia; OR=4,25 (IC95% 2,03–9,80), p<0,001]. Não se observou diferença de DI para as pneumonias associadas à ventilação mecânica entre UTI (11,8/1.000 ventiladores‐dia) e enfermaria [10,5/1.000 ventiladores‐dia; OR=1,12 (IC 95% 0,55–2,28), p=0,77] e nem para as infecções de corrente sanguínea associada a cateter venoso central de UTI (6,6/1.000 cateteres‐dia) e enfermaria [6,2/1.000 cateteres‐dia; OR=1,06 (IC95% 0,73–1,53), p=0,77]. Para as infecções urinárias associadas à sondagem vesical de demora houve uma diferença marginalmente significante para maior DI nas enfermarias [10,1/1.000 sondas vesicais‐dia; OR=0,77 (IC95% 0,60–1,01), p=0,05] do que na UTI (7,9/1.000 sondas vesicais‐dia).
Discussão/conclusão: A semelhança de taxas de DI de IRAS associadas ao uso de dispositivos entre UTI e enfermarias indica a necessidade de medidas de prevenção e controle dessas IRAS em unidades de pacientes não críticos.