Data: 19/10/2018 ‐ Sala: TV 7 ‐ Horário: 10:44‐10:49 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução: O Clostridium difficile tem se tornado um patógeno entérico cada vez mais conhecido, tanto em infecções comunitárias quanto em infecções relacionadas à assistência em saúde, é o principal responsável por diarreia associada ao uso de antibióticos. Apesar da alta incidência dessa infecção nos EUA, existem muito poucos dados no Brasil a respeito da incidência, talvez por falta de diagnóstico, e o pouco que se sabe são relatos de surtos.
Objetivo: Descrever a epidemiologia das infecções por Clostridium difficile no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo.
Metodologia: Estudo retrospectivo dos casos de infecção por Clostridium difficile, cuja pesquisa foi positiva para toxina A/B em 2016 e 2017. Os dados foram coletados por meio da análise de prontuários e do preenchimento de uma ficha‐padrão. Analisamos variáveis demográficas, unidade de internação, presença de comorbidades, uso de antimicrobianos prévios, alterações laboratoriais de leucócitos, proteína C reativa e creatinina, tratamento e mortalidade.
Resultado: Analisamos 84 casos de pacientes cuja pesquisa de toxina A/B foi positiva no período; 47 (56%) pertenciam ao sexo feminino, com média de 68,1 anos; 76 (90,5%) dos pacientes apresentavam comorbidades, 14 (18,4%) eram portadores de neoplasias; 12 (14,3%) já internaram com diagnóstico de diarreia; 49 (58,3%) haviam feito uso de antimicrobianos previamente, Ceftriaxona e Piperacilina‐Tazobactam foram os antimicrobianos mais prescritos. Com relação às alterações laboratoriais no momento do diagnóstico, pudemos observar média de leucócitos de 11.210 células; média de proteína C reativa de 11,7mg/dL e média de creatinina sérica de 1,6mg/dL; 60 pacientes (71,4%) receberam tratamento, 56 pacientes com metronidazol e somente quatro receberam vancomicina como primeira escolha terapêutica. Mortalidade hospitalar foi de 8,3%.
Discussão/conclusão: A incidência de infecção por Clostridium difficile no HSPE foi constante, com uma média de oito casos/mês, não foram detectados surtos no período. Há necessidade de avaliar a incidência por 10.000 pacientes‐dia. As infecções por C. difficile acometem pacientes idosos, com uso prévio de antimicrobianos e com fatores de risco. Metronidazol permanece como uma boa opção terapêutica e a taxa de mortalidade foi baixa nessa população.