12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: Em dezembro de 2019, casos de pneumonia de origem desconhecida foram relatados em Wuhan (China), em janeiro de 2020 verificou‐se que foram causados pelo novo coronavírus (SARS‐CoV‐2). Em março foi declarada pandemia pela Organização Mundial da Saúde.
Objetivo: Descrever a evolução epidemiológica da infecção pelo SARS‐CoV‐2 em Sergipe, de março a setembro de 2020.
Metodologia: Trata‐se de um estudo retrospectivo e descritivo. Os dados foram obtidos junto à Secretaria Estadual de Saúde de Sergipe, sendo analisados através do programa Excel. Foram incluídos os pacientes residentes em Sergipe com diagnóstico confirmado laboratorialmente para SARS‐CoV‐2 durante o período de 15 de março a 15 de setembro de 2020. Foram calculados percentuais, coeficientes e a correlação (ρ).
Resultados: Durante o período, houve 75.203 casos confirmados pelo SARS‐CoV‐2 em Sergipe. Houve um aumento estatisticamente significativo do coeficiente de prevalência (ρ=095) e em relação à incidência, foi menor (ρ=0,59). O coeficiente de prevalência em 15 de setembro foi 3191,4/100000 habitantes. O coeficiente de incidência em 30 de julho foi de 745,4/100000 habitantes e 15 de setembro foi 118,2/100000 habitantes (redução de 530,4%). Foi testada 10,4% da população e dos pacientes positivos, 61,7% foram diagnosticados pelo RT‐PCR, 37,4% pelo teste rápido e 0,9% pela pesquisa de anticorpos, A maior parte eram adultos jovens de 20‐39 anos (44,4%), mulheres (56,1%), pardos (33,3%) e não apresentavam comorbidades (70,0%). Foram curados 91,5%, 5,6% estão em isolamento domiciliar e 0,3% internados. Dos internados, 43,7% em UTI e 56,3% em enfermarias. No período, ocorreram 1962 óbitos (letalidade de 2,6% e coeficiente de mortalidade 83,4/100000 habitantes): sendo a maioria homens (57,3%), pardos (34,1%), da faixa etária de 80 anos ou mais (24,3%) e com hipertensão arterial sistêmica (39,1%).
Discussão/Conclusão: Sergipe encontrava‐se em 15 de setembro de 2020 em fase de redução da incidência, com letalidade menor que a média nacional, mas é preciso incrementar o diagnóstico laboratorial para orientar estratégias de atenção à saúde, isolamento e biossegurança para profissionais de saúde.