Data: 18/10/2018 ‐ Sala: TV 2 ‐ Horário: 13:44‐13:49 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução: As hepatites virais crônicas B e C são principais causas de injúria hepática, é importante seu estadiamento para identificar a presença de cirrose e com isso prever complicações sérias, como descompensação hepática, varizes de esôfago e carcinoma hepatocelular. A elastografia hepática e os marcadores bioquímicos APRI e FIB‐4 são métodos não invasivos aceitos atualmente para avaliação da fibrose hepática em pacientes com hepatite C, mas a biopsia hepática ainda é o método padrão‐ouro, além de avaliar também a atividade inflamatória e a esteatose hepática.
Objetivo: Comparar os métodos de biópsia hepática, elastografia hepática pelo método ARFI e marcadores bioquímicos APRI e FIB‐4 para classificar a fibrose hepática e analisar as variáveis sexo, idade, índice de massa corporal (IMC), esteatose hepática e atividade inflamatória, descrita na biopsia, entre os grupos com resultados de fibrose concordantes e discordantes entre os métodos.
Metodologia: Estudo retrospectivo em pacientes com hepatite C crônica atendidos na Faculdade de Medicina do ABC de 2014 a 2017 submetidos à biópsia hepática, que fizeram elastografia hepática (método ARFI) e que têm o cálculo de APRI e FIB‐4 disponíveis no mesmo período.
Resultados: Tinham disponível o ARFI, biópsia hepática e APRI e FIB‐4 em um intervalo de até seis meses 179 pacientes monoinfectados pelo VHC. Considerando a fibrose pelo score METAVIR, o ARFI apresentou 64,2% de concordância com a biópsia hepática, APRI e FIB‐4 apresentaram concordância de 55,3% e 61,5%, respectivamente. A análise da área sobre a curva ROC do ARFI versus biópsia hepática foi de 0,711 para F ≥ 2 e 0,885 para F ≥ 3; para APRI foi de 0,661 e 0,701, respectivamente, e para FIB‐4 foi de 0,682 e 0,749, respectivamente. Em relação às variáveis analisadas e à concordância/discordância entre os grupos acima, observou‐se uma correlação estatisticamente significante (p<0,05) para a presença de esteatose (ARFI X biópsia), a esteatose e o sexo (FIB‐4 X biópsia) e a esteatose e a atividade inflamatória (entre APRI X biópsia).
Discussão/conclusão: Em nosso estudo, o ARFI apresentou melhor desempenho para a classificação da fibrose em relação ao APRI e FIB‐4 e a presença de esteatose demonstrou significância estatística nos três métodos não invasivos analisados.