Data: 19/10/2018 ‐ Sala: TV 1 ‐ Horário: 14:12‐14:17 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução: No Brasil, a despeito de 83% das pessoas infectadas por HIV conhecerem seu estado sorológico, somente 60% estão em tratamento antirretroviral e 54% mantêm carga viral indetectável. Com o objetivo de atingir as metas Unaids de 90‐90‐90 precisamos conhecer melhor as características locais e regionais de nossa população HIV positiva, a magnitude e as razões para a não adesão em todos os estágios do cuidado.
Objetivo: O presente estudo tem como objetivo avaliar a taxa de perda de seguimento e a associação com coinfecções em um centro especializado de tratamento da infecção por HIV, em município de médio porte no Estado de São Paulo, Brasil
Metodologia: Estudo descritivo longitudinal retrospectivo. Foram revisados 3.383 prontuários de pacientes matriculados no Centro de Atendimento de Infecções Crônicas de São Carlos, SP, Brasil, corresponderam a 87,5% do total de 3.866 pacientes. O serviço foi criado em 2014 e absorveu os pacientes de ambulatório de infectologia que existia desde 1987 no Centro de Municipal de Especialidades. Foi criado banco de dados no programa Excel do Google Drive, no qual houve a possibilidade de preenchimento simultâneo do banco. Foram avaliados sorologia para HIV, presença de coinfecções, transferências, evolução com o óbito ou abandono de tratamento. Os dados tabulados foram salvos em versão Excel 97‐2003 e analisados pelo Programa Epi Info® 7.2.2.6.
Resultado: Entre os 1.447 indivíduos HIV positivos, 96 eram coinfectados por HCV (6,63%); 37 apresentavam infecção prévia por HBV (anti‐HBC+ e AgHBs‐) e 25 coinfecção por HBV (AgHBs+), corresponderam a 2,56% e 1,73% dos pacientes, respectivamente; 98 apresentaram sífilis ativa (6,77%) e cinco tinham tratamento prévio para sífilis (0,35%). Em relação à tuberculose, 45 fizeram tratamento durante o seguimento (3,11%) e oito tinham tratamento prévio à admissão (0,55%). No serviço, 317 pacientes abandonaram tratamento (21,92%), 30 faleceram (2,07%) e 229 foram transferidos para outro município ou serviço privado (10,51% e 5,33%, respectivamente). O diagnóstico de tuberculose ativa em qualquer momento do cuidado foi associado a perda de seguimento (p 0,0008). Não houve associação entre outras coinfecções e não adesão.
Discussão/conclusão: A coinfecção por tuberculose em paciente com infecção por HIV esteve associada a maior risco de baixa adesão ao seguimento ambulatorial. Precisamos investir esforços na identificação e melhorar o seguimento de pacientes com coinfecção HIV‐tuberculose