Ag. Financiadora: Capes
N°. Processo: ‐
Data: 19/10/2018 ‐ Sala: TV 5 ‐ Horário: 10:37‐10:42 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução:Staphylococcus aureus é uma das principais espécies bacterianas relacionadas com infecções hospitalares e adquiridas na comunidade, além de ser eficiente em colonizar indivíduos de forma assintomática, facilitar sua disseminação. Isolados que apresentavam resistência a antimicrobianos, mais especificamente aos beta‐lactâmicos, os denominados S. aureus resistentes à meticilina (MRSA), são cada vez mais frequentes e dificultam o tratamento das infecções. A colonização por MRSA é de grande relevância para indivíduos diabéticos, uma vez que esses são considerados grupo de risco para infecções graves.
Objetivo: Determinar a prevalência de colonização por MRSA mediante a detecção do gene mecA e classificar o tipo de cassete cromossômico estafilocócico mec (SCCmec) em isolados provenientes da mucosa nasal e orofaríngea de indivíduos diabéticos insulinodependentes do município de Botucatu, SP.
Metodologia: Foram feitas coletas de swab nasal e orofaríngeo de 279 indivíduos de outubro de 2015 a dezembro de 2017. A detecção do gene de resistência mecA foi feita com a técnica de Polymerase Chain Reaction (PCR) e a tipagem de SCCmec foi feita com a técnica de PCR multiplex.
Resultado: A prevalência total de carreamento de S. aureus entre os indivíduos diabéticos foi de 34,4% (96) e a prevalência de carreamento de MRSA foi de 4,6% (13). Quanto à tipagem do SCCmec, observou‐se que nove amostras carreavam o SCCmec do tipo IV, três amostras carreavam o SCCmec do tipo I e apenas uma amostra carreava o SCCmec do tipo II.
Discussão/conclusão: A prevalência de carreamento de MRSA encontrada no estudo foi superior à encontrada em pessoas saudáveis em estudo de base populacional feito na mesma cidade. Dos 13 isolados de MRSA, notou‐se que 69,2% carreavam SCCmec comumente encontrados em isolados de origem comunitária, porém também foram encontradas amostras que carreavam SCCmec relacionados a serviços de saúde (SCCmec tipo I e II). Além disso, observou‐se que 46,1% (seis) dos isolados foram obtidos da mucosa oral, fato que pode comprometer o controle da disseminação do patógeno, já que a colonização da garganta pode escapar da triagem de rotina. A maior prevalência de MRSA nesses indivíduos revela elevado potencial de disseminação de isolados resistentes entre os diabéticos e maior risco no desenvolvimento de infecções e dificuldades no tratamento.