12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: Em 11 de Março de 2020, a Organização Mundial da Saúde declarou o COVID‐19, causado pelo SARS‐CoV2, como uma pandemia global. Em 27 de outubro de 2020, mais de 43 milhões de pessoas forma infectadas e 1.157.509 faleceram.
Objetivo: Avaliar a principal complicação do COVID‐19: a pneumonia bacteriana, caracterizar seus patogenos e fatores associados.
Metodologia: De março a junho de 2020, total de 496 pacientes com diagnóstico confirmado por rt‐PCR de COVID‐19 foram atendidos em um hospital de terciário do sul do Brasil. Revisão de dados foi realizada por meio de prontuário eletrônico e 67 pacientes foram incluídos. Somente aqueles com doença moderada ou grave, conforme classificação da OMS, foram analisados. Comorbidades, testes laboratoriais e culturas de secreção traqueal foram avaliadas. Análise estatística foi feita por meio do programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 22.0
Resultados: Dentre os 67 pacientes, 29 foram caracterizados com pneumonia bacteria por critério microbiológico; maioria representada por homens brancos acima de 65 anos. Hipertensão (n=17, 59%), doenças cardiovasculares (n=16, 55%) e diabetes (n=13, 45%) foram as comorbidades mais associadas. A maioria dos pacientes apresentava Proteína‐C reativa? 100mg/L, leucocitose (>10.000 céls/μL), dímero‐D acima de 1000 ng/mL e ferritina elevada (>1000ng/mL). A média de tempo entre início dos sintomas de COVID‐19 e a primeira cultura de secreção traqueal positiva foi de 14 dias (2‐28 dias) e da admissão hospitalar até isolamento do patógeno foi de 8 dias (1‐22 dias). Klebsiella pneumonia e Acinetobacter baumanii foram os principais microorganismos, com 33% e 86% de taxa de multi‐resistência, respectivamente, e 66% e 14% de pan‐resistência. Maior taxa de mortalidade foi relacionada à pneumonia bacteriana (n=20/29, 69%), em comparação com pneumonia viral (18/38, 47%).
Discussão/Conclusão: Complicação bacteriana do COVID‐19 está relacionado com longo período de intubação e estadia em UTI, aumentando risco de infecções bacterianas multirresistentes. Definição de critérios clínicos, laboratoriais e radiológicos podem auxiliar no uso adequado de antimicrobianoterapia nestes pacientes.