12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoAg. Financiadora: CAPES
Nr. Processo: 88887.466764/2019‐00
Introdução: Staphylococcus hominis é a terceira espécie de Estafilococos coagulase‐negativa (ECNs) mais frequentemente isolada do sangue de pacientes hospitalizados, podendo alcançar até 80% de resistência à meticilina. São reconhecidos como patógenos potencialmente oportunistas, capazes de causar infecções da corrente sanguínea, endocardite, peritonite, osteomielite, infecções ósseas e articulares, especialmente em pacientes imunocomprometidos. A emergência de S. hominis resistente à meticilina (MRSHo) tem mobilizado uma preocupação crescente acerca da resistência antimicrobiana nesses isolados clínicos.
Objetivo: O presente estudo teve como objetivo determinar a suscetibilidade antimicrobiana à meticilina de S. hominis isolados de hemoculturas de pacientes internados no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu.
Metodologia: Para tal finalidade foram empregados o método de disco difusão com discos de Oxacilina (1μg) e Cefoxitina (30μg), bem como a detecção do gene mecA pela técnica de Polymerase Chain Reaction (PCR).
Resultados: Após cálculo do tamanho amostral de hemoculturas positivas para S. hominis por um período de oito anos (2009 a 2016) foram estudados 59 isolados de S. hominis, confirmados anteriormente por identificação genotípica da espécie por PCR. A prevalência do gene mecA entre estes isolados foi de 69,5% (41). Os testes de disco difusão identificaram 52,5% (31) das cepas resistentes ao disco de Cefoxitina. Onze isolados apresentam o fenótipo de sensibilidade apesar de carrearem o gene mecA.
Discussão/Conclusão: A sensibilidade no teste de disco difusão e a resistência codificada pelo gene mecA em MRSHo pode torná‐las uma importante ameaça para infecções nesses pacientes, tendo implicações sérias nos seus respectivos tratamentos. Esses achados revelam uma expressão heterogênea de resistência que pode ser explicada pela presença de S. hominis heterorresistentes à meticilina, alertando para a necessidade de monitoramento dessas cepas por metodologias fenotípicas e moleculares. Ademais, estudos têm discutido a capacidade de ECNs se comportarem como importantes reservatórios de genes de resistência capazes de transferi‐los a outras espécies de estafilococos. Desse modo, é de suma importância a obtenção de maiores esclarecimentos acerca de MRSHo e demais espécies de ECNs resistentes à meticilina, haja vista o potencial patogênico desses isolados clínicos, bem como sua contribuição na disseminação de genes de virulência e resistência.