Data: 18/10/2018 ‐ Sala: TV 4 ‐ Horário: 10:30‐10:35 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução: Em 2015 o Brasil registrou a maior epidemia de dengue desde 1990, com 1.649.008 casos prováveis. O Sudeste apresentou 60% dos casos prováveis e dos óbitos por dengue ocorridos no Brasil. Na região do Grupo de Vigilância Epidemiológica de Campinas (GVE Campinas), que abrange 42 municípios e uma população de 4.323.158 habitantes, foram notificados 177.893 casos suspeitos de dengue em 2015, essa foi a maior epidemia de dengue ocorrida na região. Foram investigados 136 óbitos com suspeita de dengue.
Objetivo: Descrever aspectos clínicos, epidemiológicos, laboratoriais e diagnósticos definitivos dos óbitos suspeitos de dengue na região do GVE Campinas em 2015 e correlacionar o sistema de informação de notificação com o sistema de informação de mortalidade.
Metodologia: Estudo descritivo dos óbitos suspeitos de dengue residentes na região do GVE Campinas, 2015. Análise de dados secundários do Sistema de Notificação de Dengue, SIM e Sistema de Informação Laboratorial do Instituto Adolfo Lutz. Adicionalmente, foram analisados dados de instrumento específico com estratégia de vigilância sindrômica para investigação de óbitos por síndrome febril ictero‐hemorrágica elaborado pelo GVE Campinas.
Resultado: Foram confirmados 125.094 casos de dengue em 2015 na referida região. Foi identificada a causa do óbito de 70% dos 136 óbitos suspeitos de dengue, destacou‐se a confirmação de 62 óbitos por dengue e 18 por febre maculosa. Os óbitos por dengue foram confirmados por critério laboratorial (87%) e o sorogrupo Den1 foi o único identificado; 50% dos óbitos tinham ≥ 60 anos, 95% apresentavam pelo menos um sinal de alarme e 76% alguma comorbidade. A análise do SIM dos 62 óbitos confirmados com dengue no Sinan mostrou que 85,5% das declarações de óbito estavam adequadamente preenchidas.
Discussão/conclusão: A estratégia proposta de investigação sindrômica dos óbitos suspeitos de dengue, baseada em análise clínica, laboratorial e epidemiológica padronizada em ficha de investigação de óbito, associada a informações complementares dos sistemas de informações oficiais vigentes, permitiu tanto a confirmação dos óbitos suspeitos de dengue quanto a identificação de outros agravos epidemiologicamente relevantes entre os óbitos inicialmente atribuídos à dengue. A adoção de novas estratégias de investigação de óbitos deve ser considerada como medida de aprimoramento da capacidade de resposta rápida e oportuna da vigilância em saúde, inclusive a adoção de medidas de prevenção e controle de doenças de grande relevância em saúde pública.