Ag. Financiadora: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de SP
N°. Processo: [2013/21719‐3] PARA MLN
Data: 18/10/2018 ‐ Sala: TV 4 ‐ Horário: 10:37‐10:42 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução: À medida que a epidemiologia da dengue foi mudando, houve aumento da produção cientifica sobre o tema. Os especialistas entenderam mais sobre as manifestações clínicas e algumas limitações das diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 1997 para a classificação da dengue tornaram‐se evidentes; isso levou à revisão dessa classificação e deu origem às diretrizes de 2009da OMS.
Objetivo: O objetivo deste estudo foi comparar as classificações de 1997 e 2009 com o uso de informações clínicas de 30.670 casos de dengue de uma área endêmica brasileira.
Metodologia: O grau de concordância entre as variáveis estudadas foi determinado pelo teste V de Cramer. A regressão logística ordinal, através de modelos estereótipos, foi usada para avaliar o risco de dengue de maior gravidade nas duas classificações e em seguida o coeficiente de correlação tau‐b de Kendall foi usado para identificar o grau de concordância entre as classificações.
Resultado: A concordância entre as variáveis independentes de cada modelo e suas respectivas classificações de gravidade foi muito pobre (V de Cramer<0,2; p<0,001) em ambas as classificações, a exceção foi choque hipotensivo (V de Cramer=1; p<0,001) para a classificação de 1997 e choque hipotensivo (V de Cramer=0,97; p<0,001) para a classificação de 2009 também. Houve uma concordância substancial quando os dois índices de gravidade para ambas as classificações foram comparados (tau‐b de Kendall=0,79; p=0,01). Identificaram‐se mais casos com maior gravidade pela classificação de 2009 do que pela de 1997 (17% com dengue grave vs. 16,1% com síndrome do choque da dengue, respectivamente).
Discussão/conclusão: Conclui‐se que é boa a concordância entre ambas as classificações e que embora os resultados sugiram que a classificação de 2009 tenha melhorado a detecção dos casos de dengue potencialmente mais grave, isso nem sempre pode ser verdade, pois ela pode não representar a heterogeneidade das manifestações clínicas e a epidemiologia da dengue de forma mais ampla e precisa.