12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: O censo 2019 indica que 24.344 pessoas estão em situação de rua (PSR). São precários a sua alimentação e higiene, e, sem uma moradia adequada, estão expostas a diversas vicissitudes, como as hepatites virais B, C e D. O vírus da hepatite B (HBV) é transmitido por via parenteral, sexual e vertical. Possui a capacidade de causar infecção aguda com uma elevada propensão a se tornar crônica, com sequelas em longo prazo, tais como cirrose e carcinoma hepatocelular. A vacina contra HBV faz parte do PNI há mais de 20 anos, portanto, deve ser de grande interesse para os tomadores de decisão saber se essa política atingiu essa população‐alvo.
Objetivo: Caracterizar a PSR, na região central de São Paulo, vulnerável ao HBV.
Metodologia: Para tanto, realizou‐se uma pesquisa de campo exploratória, transversal e quantitativa, com dados coletados de PSR, entre novembro de 2019 e fevereiro de 2020, na região central de São Paulo (CAAE: 26417213.0.0000.5511).
Resultados: Com relação aos resultados, submeteu‐se à entrevista semiestruturada 62 participantes (55 homens e 06 mulheres e 01 transexual), com idade maior ou igual a 18 anos, sem distúrbios psiquiátricos, sendo‐lhes colhidos, ainda, os dados sociodemográficos, uso de preservativo masculino, parceria fixa, realização de tatuagem e piercing, uso de drogas injetáveis, compartilhamento de escova de dentes e lâmina de barbear, sexo por dinheiro, realização de teste rápido para ISTs e vacinação para hepatite B. 33,8% dos entrevistados referiram fazer o uso de preservativos. 79,75% dos entrevistados referiram não ter parceiro (a) sexual fixo (a). 13,48% referiram compartilhar escova de dente e lâminas de barbear com os parceiros. Tatuagem e piercing foram referidos por mais de 50% dos entrevistados. 5% dos entrevistados afirmaram ser usuários ou ex usuários de drogas injetáveis. 20,25% dos entrevistados referiram realizar sexo por dinheiro. 76% dos entrevistados afirmaram já terem feito teste rápido para ISTs. 22,5% dos entrevistados comprovaram a vacinação contra HBV.
Discussão/Conclusão: Os dados apresentados contribuem para o conhecimento sobre a PSR. incentivando assim, políticas de saúde mais específicas para essa população, e apresenta vulnerabilidades sociais e individuais que os colocam em risco de infecções. Visando à redução do HBV é fundamental que se estabeleçam intervenções educativas acerca dos modos de transmissão, vacinação, diagnóstico precoce dessas infecções e inserção da PSR em serviços de saúde.