12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: As arboviroses correspondem as doenças infecciosas de maior impacto na saúde pública. Um dos principais desafios para sua prevenção e controle é o desenvolvimento de ações intersetoriais na criação de processos educativos que estimulem os cidadãos a serem responsáveis e protagonistas do cuidado em saúde individual e coletivo, em especial no que tange as ações profiláticas das doenças infectocontagiosas.
Objetivo: Relatar a experiência de acadêmicos de medicina no projeto de intervenção proposto pelo programa de interação comunitária, com a finalidade de implantar ações lúdicas de educação em saúde no ambiente escolar para o controle do Aedes aegypti e consequentemente para a prevenção da dengue, zika e chikungunya.
Metodologia: O projeto de intervenção foi construído na proposta da pesquisa ação com embasamento teórico em bases de dados científicas, boletins epidemiológicos e diagnóstico situacional local das doenças transmissíveis no território. Optou‐se por construir a ação de forma intersetorial, entre escola (alunos de quatro a oito anos e professores), atenção primária (USF) e ensino médico (acadêmicos do primeiro ano do curso de medicina). Buscou‐se utilizar recursos que possibilitassem a interação com as crianças, a fim de que a mensagem recebida por eles fosse transmitida entre seu vínculo familiar e social. As ações englobaram atividades no modelo pedagógico que se fundamenta na educação conscientizadora e lúdica de forma participativa e expositiva através de vídeo e dinâmica teatral. Ambas as atividades buscaram demonstrar para as crianças personagens com sintomas clássicos das doenças, além de ensinar medidas de prevenção com foco na eliminação do vetor.
Discussão/Conclusão: A prática intersetorial constituiu um eixo fundamental para que o projeto se tornasse efetivo. A escolha pelo lúdico na educação em saúde possibilitou o entendimento da doença de uma forma que chamou a atenção do público para aquilo no que se desejou criticar ou expor. Além disso, a inserção do aluno de medicina no território mostrou o impacto que as ações de educação em saúde causam na comunidade. Apesar de ser reconhecida como prática importante, a educação em saúde é pouco explorada e seu enfoque é reduzido a ações individuais higienistas e cuidados no domicílio. Em contrapartida, estratégias educativas podem ser um dos caminhos para aproximar setores distintos, podendo fomentar nos territórios, a compreensão da saúde como um processo socialmente produzido.