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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
PI 093
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CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS DA HANSENÍASE NO BRASIL ENTRE OS ANOS DE 2015 E 2020
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João Victor Falcão Batista, Eduarda Lopes de Freitas, Emanuelle Leite Rodrigues, Julia Ataulo Borba, Heloísa Rosa, Juliana Cristina Marinheiro
Universidade Nove de Julho (UNINOVE), São Paulo, SP, Brasil
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Introdução/Objetivos

A hanseníase é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium leprae. No Brasil, é um importante problema de saúde pública, sendo de notificação compulsória e investigação obrigatória. O objetivo deste trabalho é analisar os casos de hanseníase notificados e relacionar a prevalência com características sócio-econômicas.

Metodologia

Dados referentes às notificações de hanseníase, publicados no SINAN-DATASUS (Doenças e Agravos de Notificação), entre 2015 a 2020, foram tabulados, analisados, e comparados com os publicados em trabalhos científicos relacionados ao tema.

Resultados

Entre os anos de 2015 e 2020 foram notificados 195.429 casos de hanseníase no Brasil. As maiores notificações ocorreram em 2018 (20,45%). As regiões Nordeste (42,3%), Centro-Oeste (21,2%), e Norte (14,4%) se destacam. As maiores prevalências foram observadas nas regiões Centro-Oeste (52,3/100.000 hab) e Norte (41,8/100.000 hab), em 2018. A região Sul apresentou o menor número de notificações (3,24%), bem como, a menor prevalência (2,1/100.000 hab, em 2020). A análise da distribuição dos casos por ano demonstra uma importante queda em 2020. A região Norte, por exemplo, apresentou queda de 46% entre 2019 e 2020, passando de 38,1/100.000 hab para 20/100.000 hab. A pandemia de COVID-19, bem como, as medidas de isolamento implantadas para seu controle, podem ter refletido na menor busca por atendimentos em saúde. Análise de casos por sexo demostra predominância do sexo masculino em todos as regiões e anos analisados. A hanseníase é considerada uma doença negligenciada, sendo esse conceito atribuído às doenças de maior ocorrência em países em desenvolvimento. Condições de vida precárias, pobreza, baixa escolaridade e fome são fatores de risco. Além disso, diferentes trabalhos associam a endemicidade de hanseníase à migração populacional. A baixa renda per capita das regiões Norte e Nordeste, bem como, dados referentes à pobreza podem explicar a alta prevalência de hanseníase nessas regiões. Movimentos migratórios associados ao crescimento econômico, ocorrido em cidades da região Centro Oeste, nos últimos anos, também são responsáveis pela sua endemicidade.

Conclusão

Podemos concluir que, embora o tratamento preconizado para hanseníase seja disponibilizado no SUS e, o mesmo seja eficaz, sua prevalência ainda não apresenta uma queda satisfatória. Regiões com baixa renda per capita e cidades que apresentaram alterações demográficas importantes, são endêmicas.

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