Introdução: A Síndrome da Imunodeficiência Humana (AIDS) é um estado avançado da infecção pelos HIV‐1 e HIV‐2, o que pode desencadear uma depleção do sistema imune, com a redução dos linfócitos T CD4+, o que possibilita infecções oportunistas, sendo a principal delas a tuberculose. Dessa forma, trata‐se de um problema de saúde pública de grande relevância epidemiológica, uma vez que é minimizado por parte da população devido, principalmente, a evolução dos métodos de diagnóstico e tratamento da doença.

Objetivo: Caracterizar o perfil dos casos de AIDS notificados na região nordeste, no período de 2014 a 2019.

Metodologia: Trata‐se de um estudo descritivo, com abordagem quantitativa, do tipo retrospectivo, realizado mediante ao uso de dados disponibilizados pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), Sistema de Informação Sobre Mortalidade (SIM) e Sistema de Controle de Exames Laboratoriais (SISCEL), utilizando‐se as variáveis: ano diagnóstico, região de notificação, raça/cor, faixa etária, unidades da federação, sexo e categoria de exposição hierárquica. Ademais, foi realizada uma revisão de literatura com busca nas bases de dados BVS, Scielo e Google Scholar, por meio dos seguintes descritores: “AIDS” AND “Epidemiologia” AND “Imunologia” AND “Nordeste”. Foram encontrados sete artigos, dentre os quais cinco foram selecionados.

Resultados: Verificou‐se que o número total de casos na região nordeste do Brasil foi de 29.529, sendo a segunda região mais acometida. Foi observado o maior número de casos em 2014 (21,1%); registrou‐se, ainda, predominância anual no sexo masculino (69,1%), sendo a raça/cor parda majoritariamente afetada (70,7%), com destaque para a faixa etária entre 30 e 39 anos (32%) e para a população heterossexual (51,6%). Além disso, o estado de Pernambuco foi o de maior destaque nesse período (19,6%). Ao comparar os dados coletados com a literatura, notou‐se que não houve muitas disparidades com relação aos aspectos epidemiológicos.

Discussão/Conclusão: Diante dos resultados obtidos, constata‐se que a AIDS ainda é prevalente nos estados do nordeste, sobretudo entre homens, o que expressa deficiência na assistência, provavelmente em razão da baixa procura desse público ao atendimento em saúde. Assim, este estudo visa subsidiar as autoridades de saúde pública no Nordeste do Brasil no aprimoramento das medidas de controle e prevenção dessa síndrome, dado que permite a compreensão de seu perfil epidemiológico no período avaliado.